«É desta experiência pessoal que nascem os vários episódios com habitantes locais, as ligações sexuais com algumas mulheres, as reflexões sobre a vida em geral e os viajantes em particular, os apontamentos irónicos sobre o acto de viajar em si – “o pôr do sol impõe um grande fardo ao viajante (…) sentimo-nos virtualmente obrigados a ir lá” – o desfazer de alguns mitos, as verdades às vezes mais cruas sobre as cidades (como o excesso de turismo em Ubud, Indonésia) e um reflexão, no papel, sobre o conjunto de experiências no estrangeiro, que formam as pessoas. Tudo escrito num misto de humor e seriedade, que deixa quase um rasto de espanto pelas pequenas verdades: “tens de ser estranho à paisagem para a poderes contemplar”.
E tudo isto sem cronologia – mas a exigir que se leia sem saltos –, e sem deixar perceber se os episódios aconteceram de facto, apresentando um lado oculto de cada cidade/ilha, em peças que prendem, como num bom romance, mas que não têm fim.» (4 estrelas)
Mariana Correia de Barros, Time Out