«Sobre as praias em si, destacados ficam os capítulos “De Pedrouços a Cascais”, “Póvoa de Varzim” ou “A Foz”. Porém, o ritmo tende a apressar-se, não havendo um discurso muito demorado, não tanto como há sobre as peculiaridades das áreas circundantes, ou as vicissitudes dos alojamentos e restauração. Ortigão reserva uma introdução e um terceiro lote de capítulos ao lado científico e mitológico do mar, da água e do banho. Sobre o mar, confirma-se a essência de ser português; dada a pequena área terrestre de que dispomos numa direcção enveredamos pela outra, o promissor Atlântico, diminuindo assim os limites da fronteira e alavancando sonhos. Não será de estranhar, por isso, a exaltação feita a clássicos como Os Lusíadas ou História Trágico-Marítima, elogios tecidos por Ortigão à alma portuguesa sofrida, que triunfa perante adversidades.»
Nelson Ferreira, Deus me Livro