Parece que depois de usar os nossos pins, Patti Smith tem na estante a nossa edição de Apenas Miúdos, confessou ao Blitz. Aqui no escritório até corámos, como adolescentes.
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Parece que depois de usar os nossos pins, Patti Smith tem na estante a nossa edição de Apenas Miúdos, confessou ao Blitz. Aqui no escritório até corámos, como adolescentes.
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"A cantora norte-americana Patti Smith vai colaborar com o argumentista John Logan para adaptar ao cinema o seu livro de memórias «Apenas Miúdos», sobre a sua amizade com o fotógrafo Robert Mapplethorpe, anunciou hoje o blog especializado Deadline.
O livro «Apenas Miúdos» – publicado este ano em Portugal pela Quetzal – valeu em 2010 a Patti Smith o National Book Award, o prémio nacional de literatura dos Estados Unidos, na categoria de não-ficção."
Ler a notícia completa aqui.
Entrevista de Patti Smith ao Expresso:
"A música e a literatura são um refúgio?
Não. São o meu trabalho. A escrita, então, tem sido o meu dia a dia desde a adolescência. Faz parte daquilo que sou. Não é uma terapia ou qualquer coisa do género. Gosto de trabalhar e tenho uma grande imaginação. Trabalho todos os dias, e a minha matéria de trabalho é a música e a escrita."
"Patti faz-nos chegar tão perto de Mapplethorpe que nunca mais veremos os seus retratos do mesmo modo (...)"
Eduardo Pitta escreveu sobre Apenas Miúdos na edição desta semana da revista Sábado.
A crítica de Gonçalo Frota no ípsilon da passada sexta-feira. Apenas Miúdos, de Patti Smith, chega às livrarias a 17 de Junho
2010 National Book Awards Presentation of the Nonfiction Award from National Book Foundation on Vimeo.
"Preâmbulo
Eu estava a dormir quando ele morreu. Tinha telefonado para o hospital, para lhe dizer mais uma vez boa noite, mas ele estava inconsciente, devido às doses de morfina. Ouvi a respiração esforçada dele pelo telefone. Fiquei em pé junto da secretária com o auscultador na mão, sabendo que jamais tornaria a ouvi-lo.
Mais tarde arrumei serenamente as minhas coisas, o meu caderno e a caneta de tinta permanente. O tinteiro azul-cobalto que fora dele. A minha chávena persa, o meu coração púrpura, um tabuleiro com dentinhos de leite. Subi vagarosamente as escadas, contando os degraus, catorze ao todo, um após o outro. Aconcheguei o cobertor ao bebé que estava no berço, beijei o meu filho enquanto ele dormia, e a seguir deitei-me ao lado do meu marido e rezei as minhas orações. Ele ainda está vivo, lembro-me eu de ter murmurado. A seguir dormi.
Acordei cedo e quando ia a descer as escadas soube que ele morrera. Tudo estava em silêncio, menos o som do televisor que eu deixara aceso durante a noite. Fui atraída para o ecrã enquanto a Tosca declarava, com poder e pesar, a sua paixão pelo pintor Cavaradossi. Estava uma fria manhã de Março e vesti o meu camisolão.
Subi os estores e a claridade entrou no estúdio. Alisei a manta grossa que cobria o meu cadeirão e escolhi um livro de pintura de Odilon Redon. Abri-o na imagem de uma cabeça de mulher a flutuar num pequeno mar. Les yeux clos. Um universo ainda não assinalado contido por detrás das pálidas pálpebras. O telefone tocou e levantei-me para ir atendê-lo.
Era o Edward, o irmão mais novo do Robert. Contou que, tal como me prometera, tinha dado ao Robert um último beijo por mim. Fiquei imóvel por uns instantes, e depois, lentamente, como num sonho, regressei ao meu cadeirão. Nesse momento a Tosca iniciou a grande ária «Vissi d’arte». Vivi pelo amor, vivi pela Arte. Fechei os olhos, e entrelacei as mãos. A Providência discernira como seria a minha despedida."
Assegura Francisco José Viegas que Patti Smith já recebeu em Nova Iorque os pins que a Quetzal pôs a circular quando lançou 2666 e O Terceiro Reich. Patti Smith, de quem já falámos neste blogue precisamente a propósito de Roberto Bolaño, no vídeo que se segue (amador) em mais uma entre tantas homenagens ao autor de 2666:
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