Entrevista de J. Rentes de Carvalho à Sábado:
«Rentes de Carvalho, de 85 anos, volta aos romances com a história de um emigrante que regressa à aldeia onde nasceu - e onde não lhe aconteceram coisas boas, nem ele as fez. Não conseguindo esquecer nem falar, a amargura chega-lhe ao osso. Uma grande história de solidão, ressentimento e maldade.
Rentes de Carvalho explicou mais à SÁBADO, por email, a partir de Amesterdão, Holanda, onde vive.
O que o motivou? Porque quis escrever sobre um homem tão amargo, que despreza a mulher e o filho e até cobiça sexualmente a nora?
Talvez porque sou de índole pacífica, sempre senti um certo fascínio pela violência e os motivos que a provocam, a parte de irracionalidade que leva alguém a perder a cabeça. No caso deste personagem, o Meças, além da irracionalidade há um elemento de vingança, e as humilhações a que submete a mulher, o filho, a nora, ou quem simplesmente o contradiz, provêm todas da mesma impotência, a de ser incapaz de esquecer. Mas ao fim e ao cabo, nas chamadas horas mortas é ele quem mais sofre, pois nem a crueldade nem a bebida lhe trazem alívio.»
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