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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

 Outro fado de Vasco Graça Moura cantado por Kátia Guerreiro, «Até ao Fim», que dá título ao seu álbum. A Puxar ao Sentimento foi lançado pela Quetzal na passada sexta-feira. Ora aqui está uma boa maneira de começar a semana – apesar da melancolia da canção –, recordando a poesia de Vasco Graça Moura.

No ano que que se assinalam os 15 anos da morte de Roberto Bolaño, a Quetzal Editores publica um conjunto inédito de narrativas daquele que é considerado um dos mais talentosos e fascinantes autores da segunda metade do séc. XX. Sepulcros de Cowboys, com tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, chega às livrarias esta sexta-feira, 14 de setembro.

São três narrativas exemplares, fundamentais para a compreensão da génese e evolução daqueles que viriam a ser os grandes temas e as personagens que deram vida a toda a obra posterior de Bolaño: «Pátria», «Sepulcros de cowboys» e «Comédia do horror de França». 

Provenientes de uma época em que Roberto Bolaño ainda «ensaiava» aqueles que viriam a ser os seus mais icónicos romances, estas três narrativas tornam Sepulcros de Cowboys “um livro desconcertante, dentro do desconcertante universo bolañiano”, escreve Juan Antonio Masoliver Ródenas, no prólogo. “Basta dizer que a imaginação transbordante, a intensidade dos sentimentos, a crítica incisiva, a atividade febril ou as personagens estranhas fazem de ‘Sepulcros de cowboys’ um livro – um livro dentro de um Livro – enormemente atrativo e original.”

 

É amanhã, sexta-feira, que chega às livrarias  o livro de fados inéditos de Vasco Graça Moura, A Puxar ao Sentimento. Aqui fica um dos fados do livro, interpretado por Carminho, no álbum Alma:

Talvez digas um dia o que me queres,

Talvez não queiras afinal dizê-lo,

Talvez passes a mão no meu cabelo,

Talvez eu pense em ti talvez me esperes.

 

Talvez, sendo isto assim, fosse melhor

Falhar-se o nosso encontro por um triz

Talvez não me afagasses como eu quis,

Talvez não nos soubéssemos de cor.

 

Mas não sei bem, respostas não mas dês.

Vivo só de murmúrios repetidos,

De enganos de alma e fome dos sentidos,

Talvez seja cruel, talvez, talvez.

 

Se nada dás, porém, nada te dou

Neste vaivém que sempre nos sustenta,

E se a própria saudade nos inventa,

Não sei talvez quem és mas sei quem sou.

...

 

Se nada dás, porém, nada te dou

Neste vaivém que sempre nos sustenta,

E se a própria saudade nos inventa,

Não sei talvez quem és mas sei quem sou.

Crítica de Eduardo Pitta ao livro de Carol Dyhouse, Uma História do Desejo Feminino: «A partir de um vasto elenco de actores, cantores pop e, grosso modo, homens célebres, Carol Dyhouse estabelece, a partir dos anos 1920, uma cartografia do desejo feminino. Sendo certo que o cinema e a música popular foram grandes detonadores da emancipação sexual, não é de estranhar que a autora dedique atenção a homens que fazem parte do imaginário universal (Rodolfo Valentino, Liberace ou Elvis Presley), bem como a fenómenos de massa, caso da Beatlemania.»

Entrevista ao vivo na série Writers in Conversation, na Universidade de Southampton – sobre A Praia de Manhattan, que a Quetzal publica nesta sexta-feira, 14 de setembro. 

Veja também, aqui, Jennifer Egan entrevistada por Christianne Amanpour na CNN quando A Praia de Manhattan foi escolhido como leitura do New York’s City Book Club.

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 Com este livro de fados inéditos, o génio poético de Vasco Graça Moura é recordado quatro anos após a sua morte. Na obra de Vasco Graça Moura, que escreveu vários ensaios sobre a origem deste género musical, há muitas incursões no fado e, inclusive, um livro que lhe é inteiramente dedicado: Letras do Fado Vulgar. O poeta escreveu alguns fados para as vozes de intérpretes como Mísia, Kátia Guerreiro ou Carminho. 

A Puxar ao Sentimento inclui um bom número de fados inéditos de Vasco Graça Moura, marcados pelo seu génio melancólico e pleno de ironia — são poemas maravilhosos que, só por si, constituem uma homenagem ao fado e uma contribuição literária para abrir (ainda mais) as suas portas.
Quatro anos depois da morte de Vasco Graça Moura, esta é uma forma de continuar a recordar uma das grandes vozes da poesia e da literatura portuguesas do nosso tempo.

O livro sai para as livrarias a 21 de setembro.

Leia o que o The Guardian escreve sobre o novo livro de Jennifer EganA Praia de Manhattan, que a Quetzal publica a 14 de setembro: «Remarkable cinematic scope.»

Leia ainda as críticas do The Irish Times («complex characters and sentences so luminous...»), do Chicago Tribune e do The Boston Globe.

 

Jennifer Egan na Quetzal: O Circo Invisível (2014), A Visita do Brutamontes (2012, Prémio Pulitzer).

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