Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«Pelo excesso de referências de época e alguns desequilíbrios narrativos, Vidas Perdidas acusa a passagem do tempo. Na sua odisseia até Nova Orleães (de comboio, claro, escondido num vagão), Dove Linkhorn deixa para trás personagens que gostaríamos de conhecer melhor (como Terasina Vidavarri). E o próprio escritor, que não se envolve na história como mais tarde fizeram Charles Bukowski ou Denis Johnson, demora-se na descrição de prostíbulos e presidiários, esquecendo o seu protagonista. Mas é intensa e comovente esta melancólica dança dos que vivem da rua e do corpo. Depois de Nelson Algren a América nunca mais foi a mesma. Os marginais também não.»

 

Luís Ricardo Duarte, Time Out

 

«A cidade é um microcosmos, os últimos dias de Pompeia, um mundo reduzido a dois tipos de pessoas: os perdedores e os predadores. Ao passar por este cemitério de ruínas, “espreitou e viu como a morte pode ser cruel com as velhas ossadas”, pois também “elas tinham descido ao Inferno e voltado de novo”.»

 

José Guardado Moreira, Expresso

 

«A editora Quetzal publicou há poucos dias dois livros que, por coincidência, permitem viajar até à América da Grande Depressão. […] Trata-se dos contos de J. D. Salinger, Nove Histórias, e do romance de Nelson Algren, Vidas Perdidas, livros que podem ser lidos de seguida e que mostram muito de um mesmo mundo apesar de serem escritas bastante diferentes. […]

 

O escritor [Salinger] procura retratar várias sensações que tocavam os seres daquela época e que a maioria dos seus pares utilizava sob o signo da tragédia. Descreve a ansiedade, a alegria e a tristeza, a esperança, entre outros estados da alma humana, tendo sempre em conta o momento civilizacional que protagonizam. […]

 

As palavras solitário e contradição servem de guia a tudo o que se segue neste livro, um relato violento e amargo sobre um homem e uma época, a da Depressão, que já despertavam interesse em Nelson Algren e que o obrigaram a matutar no romance durante bastante tempo. O suficiente para conviver com todo o tipo de gente de má rês, que lhe ofereceu o título perfeito – A Walk on the Wild Side – e responde à pergunta que o fez escrever: “Que razão faz as pessoas que sofreram às mãos de outras pessoas serem os mais crédulos na humanidade.”

 

João Céu e Silva, QI (suplemento do Diário de Notícias)

 

«Um escritor que sabe o que está a fazer, não está a fazer grande coisa.»

Nelson Algren

 

 

Richard Flanagan no prefácio a A Walk on the Wild Side, de Nelson Algren, que chega às livrarias em fevereiro:

 

«O Sonho Americano era um sonho de materialismo, a sua esperança era a de que mesmo que ontem tivéssemos perdido tudo, hoje poderíamos recuperar a nossa fortuna. O sonho de Algren era um sonho de humanidade: de como se pode viver uma vida plena mesmo quando se perdeu tudo e não se pode recuperar nada: através do humor, através das pequenas conquistas, através do amor dos outros.»

 

«Os Estados Unidos da infância de Algren eram um símbolo de um ideal que ainda parecia revolucionário e democrático. Para Whitman, uma influência fundamental em Algren, a democracia americana era um acontecimento novo; para Algren, era apenas mais uma causa perdida numa vida dedicada a causas perdidas, a maior das quais era a escrita, que exigia que empenhasses a tua alma até não restar nada mais que a perspetiva da morte.»

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D