Quatro livros da Quetzal no Actual do Expresso:
Há um livro para cada leitor. Este Natal, ofereça Quetzal.
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Do texto de José Riço Direitinho publicado no Ípsilon de hoje, sobre As Meninas da Numídia, de Mohamed Leftah, mais uma vez merecedor de cinco estrelas em cinco. Este verão, passe uma noite num bordel de Casablanca.
Ana Cristina Leonardo sugere para as férias As Meninas da Numídia, de Mohamed Lefta, no Actual do Expresso.
«Rosa comportava-se com a sua jovem amiga tal como lhe era permitido pelo seu estatuto de rapariga cicatriz, de rapariga marcada. A marca dela localizava-se mesmo ao princípio do seio esquerdo, no preciso local em que nascem e divergem os dois rios nutrientes básicos, vitais, do vale feminino, o vermelho e o branco.»
As Meninas da Numídia, de Mohamed Leftah | série mediterrâneo
Tradução de Jorge Pereirinha Pires
«Estas raparigas são pedras preciosas, são flores, especiarias das ilhas odoríferas ou corças dos bosques. Em idade de andarem na escola, elas participam no entanto do tempo em que não havia emergido ainda a mulher mamífera (nem “o leite da ternura humana”, como seguidamente se escreveu). O que as liga à – e as exclui da – ordem social, como um cordão umbilical, é essa palavra que a um tempo é marca na carne e signo de pertença uma ordem, a palavra cicatriz.»
As Meninas da Numídia, de Mohamed Leftah | série mediterrâneo
Tradução de Jorge Pereirinha Pires
«Essa inocência desconcertante, essa eternidade maravilhada, tal como as estrelas mortas há milhões de anos mas das quais continuamos a receber a luz, nimbarão sem que eu o saiba, com uma luz doce, invisível, impalpável, a fronte das raparigas-flores.»
As Meninas da Numídia, de Mohamed Leftah | série mediterrâneo
Tradução de Jorge Pereirinha Pires
Num bordel de Casablanca, Rosa, Almíscar da noite, Yasmin, Pequena Amêndoa, Nectarina e as suas companheiras começam uma noite de trabalho. Muito jovens, de uma beleza que contrasta com a sordidez do local, esperam, sob o olhar dos proxenetas Spartacus e Zapata, que a madrugada lhes traga os melhores clientes, «os homens dos poços».À medida que a noite avança, assistiremos ao perigoso jogo do poder e da sobrevivência e aos ritos de passagem deste universo subterrâneo e claustrofóbico, que alguns tentarão por todos os meios abandonar.
As Meninas da Numídia, de Mohamed Leftah | série mediterrâneo
Tradução de Jorge Pereirinha Pires
Mohamed Leftah nasceu em 1946 em Marrocos, em Ceuta, e estudou em Casablanca. Em Maio de 1968 era engenheiro em Paris e, enquanto as pedras eram arrancadas da calçada, entregava-se à poesia e ao álcool Passada a celerbação, tornou-se informático, jornalista literário e escritor. Escreveu sempre em segredo, sem a preocupação de ser lido, até que em 2006 a editora francesa La Différence começou a publicar o conjunto das suas obras - um tesouro a que finalmente temos acesso. Mohamed Leftah morreu no Cairo, em Junho de 2008.
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