Sirva-se então o mazagran: «um copo grande cheio até mais de um terço com café forte, um volume igual de água gasosa, muito açuca, uma rodela de limão.» E acrescenta Rentes de Carvalho, dado que esta é uma bebida muito popular no Magrebe: «Quando o Profeta abranda a sua vigilância junta-se-lhe um cálice de conhaque. Bebe-se quente no inverno e quase gelada nos dias de calor.»
A palavra mazagran, que dá título ao livro, só aparece no prefácio. É o tal convite do autor. O resto são «recordações e outras fantasias», como o próprio explica no subtítulo.
No fundo, trata-se de um conjunto de crónicas, boa parte delas em forma epistolar. Por elas, passam as reflexões de um transmontano a viver há décadas na Holanda. Até há muito pouco tempo, aliás, Rentes de Carvalho era mais conhecido no país que o acolheu - e que chegou a fazer dele um autor best-seller - do que no país onde nasceu.
Agora que as suas obras estão finalmente a ser publicadas com destaque na sua língua original, o português, é caso para lembrar a frase-síntese de José Saramago a respeito de uma obra que vale a pena descobrir: «o prazer da linguagem em que a simplicidade vai de par com a riqueza.
O livro do dia TSF é: «Mazagran», de José Rentes de Carvalho, edição Quetzal"
Aqui.
![]()