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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«O problema é que a literatura hoje em dia vive uma crise muito profunda, converteu-se sobretudo em entretenimento, perdeu a sua pugnacidade, a sua beligerância crítica, e busca sobretudo entreter. E o entretimento também é uma espécie de adormecimento, uma maneira de desmobilizar criticamente os cidadãos. Creio que essa crise da cultura, que é muito profunda na minha opinião, pode ter um efeito gravíssimo na vigência da democracia e da liberdade. Pela primeira vez na história, o pesadelo de [George] Orwell, de uma ditadura tecnológica, com um absoluto controlo sobre a vida das pessoas, um mundo de cidadãos convertidos em autómatos, já é possível. Isso acontece por causa da degradação da cultura no nosso tempo.»

 

Mario Vargas Llosa em entrevista ao Público.

 

«Vargas Llosa afirmou que é de um tempo em que os escritores acreditavam na literatura como "arma eficaz para combater as injustiças, em que as palavras eram armas, como escreveu Jean-Paul Sartre, e com elas se podia influenciar a história e, como escreveu Arthur Rimbaud, mudar a vida”.

 

[...]

 

Llosa afirmou que acredita que a literatura deve “combater eficazmente os demónios e os males que grassam numa sociedade”.

 

“Desde logo que a literatura é uma forma de entretenimento”, afirmou e referiu “os homens e mulheres que, depois de uma dura luta diária, procuram num livro uma forma de evasão”, mas defendeu que a literatura não pode ser apenas isso, pois “o mundo em que vivemos é sempre insuficiente para satisfazer todos os nossos apetites e desejos”, e que esta “insatisfação, este entendimento das imperfeições da realidade foi sempre o grande motor das transformação, da rebeldia, da mudança. Do progresso e do colocar em causa o statu quo”.»

 

Diário Digital sobre a cerimónia de atribuição do doutoramento honoris causa pela UNL ao prémio Nobel Mario Vargas Llosa

 

 

Mario Vargas Llosa, prémio Nobel da Literatura em 2010 e autor de quem a Quetzal já publicou O Sonho do Celta, A Civilização do Espetáculo e O Herói Discreto, recebe esta tarde em Lisboa o título de doutor honoris causa, atribuído pela Universidade Nova de Lisboa.

 

 

«Mario Vargas Llosa, de 78 anos, é o escritor peruano que ajudou a “renovar o romance”, diz Nuno Júdice, que propôs este ano que o prémio Nobel da Literatura de 2010 recebesse o grau de doutor honoris causa pela Universidade Nova de Lisboa (UNL). Esta terça-feira às 18h, na Reitoria desta universidade, recebe a distinção enquanto passa férias em Portugal.»

 

Ler no Público.

 

«“A atribuição do título justifica-se pela relevância da obra no contexto da literatura ibero-americana, reconhecida, em 1994, pelo Prémio Cervantes, e, num plano mundial, pelo Nobel da Literatura, recebido em 2010”, e pelo facto de a estas distinções se juntarem ainda os prémios PEN/Nabokov, Príncipe das Astúrias e Grinzane Cavour, afirma em comunicado a Casa da América Latina (CAL).»

 

Ler no i.

 

 

 

«Escrever um romance de ideias, profundamente marcado por uma certa visão do mundo, parecendo que se está unicamente a contar uma história que merece ser contada, é feito apenas ao alcance de grandes escritores. Com a mão certeira para embrenhar a narrativa num percurso ideológico, Vargas Llosa assina em O Herói Discreto uma história folhetinesca com contornos policiais (na verdade, duas histórias que caminham paralelas até se fundirem numa só narrativa) onde o seu manancial de recursos literários se desenrola com todo o esplendor.»

 

Sara Figueiredo Costa, Time Out

 

«Correm dois enredos paralelos em O Herói Discreto, o mais recente romance do escritor hispano-peruano, Nobel da Literatura em 2010. A primeira tradução é a portuguesa e óptima, ou não fosse assinada por Cristina Rodriguez e Artur Guerra. Llosa inspira-se numa história real e produz um vintage. Recupera personagens, cruza-lhes as histórias lá mais para o fim do livro, mas põe tudo no presente e impregna-o com as preocupações expostas no ensaio A Civilização do Espetáculo (Quetzal, 2012). […]

Em contraponto, Llosa, um dos raros liberais sul-americanos, continua a ficcionar a rectidão de alma e a enaltecer a rebeldia do cidadão comum, pequeno David em luta contra o Golias da corrupção.»

 

Filipa Melo, Sol

 

«Há duas palavras que marcam todas as páginas de «O Herói Discreto»: lealdade e ética. Acreditamos que Ismael Carrera e Felícito Yanaqué não são mais do que uma justa homenagem de Llosa aos anónimos de todas as sociedades, personagens/pessoas que, devido às suas convicções, construíram e fizeram crescer sem medo uma aldeia, uma cidade, um país.

 

Ambos assumem o papel de revolucionários silenciosos (não é por acaso que Yanaqué é saudado na rua pelo cidadão comum), seres que não se intimidaram com as ameaças das quais foram alvo, mesmo quando elas surgiram da própria casa. Tanto Ismael Carrera e Felícito Yanaqué são acima de tudo fiéis aos seus ideais, que acabam por ditar os seus passos (e, consequentemente, o de outros…).

 

«O Herói Discreto» mantém portanto o «sangue» de Vargas Llosa, o seu ADN. Os temas de sempre estão todos no livro, como a eterna luta entre os poderosos e os oprimidos, mas também os dilemas da humanidade, inclusive o religioso (o único «nó» que não é totalmente desfeito na história). É no entanto de salientar que o livro não está ao nível das obras emblemáticas do peruano, muito longe disso, mas «O Herói Discreto» não defraudará os seus admiradores. Antes de tudo, é um Vargas Llosa puro.»

 

Pedro Justino Alves, Diário Digital

 

Felícito Yanaqué é um homem de cinquenta anos, respeitado pela comunidade e proprietário de uma empresa de transportes que fundou e fez prosperar na cidade de Piura, no noroeste do Peru. Sem instrução, oriundo de uma família pobre e gestor cuidadoso dos seus bens, Felícito conquistou tudo a pulso, de uma forma tranquila, discreta e constante, atributos que se poderiam também aplicar à sua personalidade. Casado, com filhos já adultos, Felícito Yanaqué mantém uma amante de longa data, exuberante beleza da cidade. E também outra relação – não de natureza sexual – com Adelaida, uma vidente cujo conselho Felícito segue quase sempre, quer se trate de negócios ou de matéria puramente pessoal ou, mesmo, íntima.

 

Tudo corre bem na sua cidade; tudo normal. Só que Felícito Yanaqué começa a receber cartas anónimas de extorsão; e quando a ameaça de represálias passa à concretização, Yanaqué decide resistir a tudo isto sem apoio, estoica e discretamente. Como um herói.

 

Depois da atribuição do Prémio Nobel, do romance O Sonho do Celta ou de A Civilização do Espetáculo (conjunto de ensaios sobre o estado da cultura na atualidade), Mario Vargas Llosa regressa agora com um extraordinário e invulgar romance que relembra os cenários, os personagens e alguns dos temas dos seus livros fundadores – a coragem, o medo e a necessidade de resistir a novas formas de injustiça e de maldade.

 

A tradução é de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, que em 2011 receberam o prémio da Casa da América Latina pela tradução de 2666.

 

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