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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«Mal-entendido em Moscovo, uma memória ficcional de publicação póstuma (1992), é publicado ao mesmo tempo que a reedição de O Segundo Sexo (também pela Quetzal Editores), um volumoso discurso sobre a ‘condição feminina’ escrito em fins dos anos 40 do século XX. Os dois livros cobrem uma grande parte das várias facetas de Simone de Beauvoir, cuja vida e obra atravessam o meio do século XX, alguns dos seus combates culturais e das suas contradições. Educada em colégios de freiras e devota, cedo se tornou ateia militante; ícone do feminismo, ficou para sempre, por ironia do destino, amarrada à sua relação conjugal vitalícia com Jean-Paul Sartre e ao ‘tórrido’ romance que manteve com o escritor americano Nelson Algren (de que ela gostava, pecaminosamente, de se chamar ‘mulher’, com anel no dedo). A sua relação com Sartre, diz a badana de Mal-entendido em Moscovo, pautou-se por padrões de ‘abertura e honestidade’, a que outros chamariam frieza, despudor e promiscuidade – e num certo caso as autoridades académicas chamaram desvio de menores. Não foi decididamente ‘a menina bem comportada’ do título irónico do primeiro dos seus volumes de memórias.»

 

Miguel Freitas da Costa, Observador

 

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«De todos os escritores e pensadores que emergiram do movimento existencialista, Simone de Beauvoir terá sido a que melhor identificou, na sua obra, os choques entre os géneros, tanto na dimensão sentimental como na intelectual. No magistral estudo que é O Segundo Sexo, trabalho que engloba antropologia, sociologia, biologia e psicanálise numa escrita exemplar e imaginativa, deixou uma marca duradoura que alterou a percepção das relações entre os homens e as mulheres.

Em 1965, quando escreveu Mal-entendido em Moscovo, história destinada a integrar o volume A Mulher Destruída e depois retirada e publicada separadamente, Simone de Beauvoir tinha quase 60 anos. A sua relação muito particular com Sartre atingira uma determinada calma, depois de uma vida agitada, intelectualmente desafiadora e competitiva, politicamente marcante e fisicamente repleta de experiências tão exaltantes quanto difíceis, onde não faltaram os ciúmes, as recriminações e a violência muito burgueses.»

 

Helena Vasconcelos, Ípsilon

 

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«Tendo visitado a URSS mais de uma vez, é natural que Simone de Beauvoir tenha escrito sobre o país (e o regime soviético) em vários dos seus livros de ensaio e ficção, mas também, de forma mais “solta”, na correspondência e diários, bem como nos quatro volumes da autobiografia. Lido hoje, temos dificuldade em aceitar que Mal-Entendido em Moscovo possa ter sido considerado “inadequado” ao ar do tempo. A sua publicação póstuma acrescenta um travo de ironia aos insondáveis desígnios da liberdade de expressão.»

Eduardo Pitta, Sábado

 

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«Originalmente publicado em 1949, O Segundo Sexo ocupa um lugar canónico nos estudos do género e, naturalmente, no feminismo. O seu principal instrumento teórico é a noção de Outro. […] Na secção final deste primeiro volume, Simone de Beauvoir descreve a mulher “como os homens a sonham”, assim penetrando a fundo nos mitos. […] É difícil não ver a novela Mal-Entendido em Moscovo como um caso prático de O Segundo Sexo

Hugo Pinto Santos, Time Out

 

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Inicialmente escrita para integrar a recolha La Femme Rompue (com a edição portuguesa intitulada A Mulher Destruída), esta novela (Mal-Entendido em Moscovo) acabou por ser excluída do referido livro.

 

Pela pertinência e atualidade do tema e pelo riquíssimo diálogo que o mesmo mantém com toda a obra de Beauvoir, este texto merecia, sem qualquer dúvida, uma edição autónoma.

 

Mal-entendido em Moscovo evoca a crise vivida por um casal de meia-idade ao longo de uma viagem à União Soviética: a deceção política cruza-se com um aparente desencontro sentimental, ligando a história individual à história coletiva.

 

No mesmo dia (23 de janeiro), chega às livrarias uma nova edição de O Segundo Sexo (volume 1). Mais de 60 anos volvidos sobre a sua primeira publicação, os temas que Simone de Beauvoir discute neste célebre tratado sobre a condição da mulher continuam a ser pertinentes e a manter aceso um debate clássico. Entretecendo argumentos da Biologia, da Antropologia, da Psicanálise e Filosofia, e outras áreas de saber, O Segundo Sexo revela os desequilíbrios de poder entre os sexos e a posição do «Outro» que as mulheres ocupam no mundo.

O Segundo Sexo é uma obra essencial do feminismo, e as suas considerações acerca dos condicionamentos sociais que levam à construção de categorias como «mulher» ou «feminino» ̶ e que estão na base da opressão das mulheres ̶ são hoje amplamente aceites.

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