Sim, mas está sempre na fronteira. Não posso negar que este elemento real interessa-me muito. Há sempre um lado de ilusionismo, de ficção, de artifício. Estamos a assistir a um regresso artístico ao real – na literatura, na música, no cinema, na televisão. Eu não me considero um seguidor desse movimento, mas um praticante natural desse movimento. Quando li o livro-manifesto do David Shields, “Reality Hunger”, pensei que era aquilo que eu sentia e que já tinha intuído e até discutido com alguns amigos. Muitos trabalhos meus já têm isso: esse ilusionismo entre o real e o imaginário. Esse fingimento de algo que aconteceu. Há muita gente que julga que sou o melancómico.
Nuno Costa Santos (aqui fotografado por Vitorino Coragem), em entrevista a Mário Rufino, para ler na íntegra no Diário Digital.