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Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.
Foram hoje anunciados os finalistas do Prémio Literário Casino da Póvoa. Dos 13 finalistas, fazem parte duas obras publicadas pela Quetzal: A Rainha Ginga, de José Eduardo Agualusa, e Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera. O vencedor será anunciado em fevereiro, na cerimónia de abertura da 17ª edição do Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.
Lista completa de finalistas:
A Casa Azul, Cláudia Clemente, Planeta
A Desumanização, de Valter Hugo Mãe, Porto Editora
A Liberdade de Pátio, de Mário de Carvalho, Porto Editora
A Rainha Ginga, de José Eduardo Agualusa, Quetzal
As Leis da Fronteira, de Javier Cercas, Assírio & Alvim
Barba Ensopada De Sangue, de Daniel Galera, Quetzal
Cláudio e Constantino, de Luísa Costa Gomes, Dom Quixote
Da Família, de Valério Romão, Abysmo
Gente Melancolicamente Louca, de Teresa Veiga, Tinta da China
Hereges, de Leonardo Padura, Porto Editora
O Sonho Português, de Paulo Castilho, Dom Quixote
Os Memoráveis, de Lídia Jorge, Dom Quixote
Tudo são Histórias de Amor, de Dulce Maria Cardoso, Tinta da China
Ler notícia aqui.
«Corto Maltese, mas também Paulinho da Viola. Mia Couto e Gabo. Carlos da Maia e João da Ega. Um ditador africano cujo nome se torna tão fácil de reconhecer como complicado de apresentar de forma explícita, até porque, como diz o próprio, «a comunidade internacional e, em particular, Portugal, tem apoiado, sem reservas, o nosso modelo de democracia». Mas também uma Virgem sem cabeça, um Construtor de Castelos que deriva para Engenheiro de Pontes, o Kung Fu Panda e o Sombra. Depois, Salvador da Bahia, uma Lisboa disfarçada com o passado, França, Colômbia e múltiplas Angolas. A que se junta a sombra de uma mangueira, que resguarda mas que, em simultâneo, faz cativos aqueles que nela mergulham e não mais conseguem sair – até aventura em contrário – dessa traiçoeira «zona de conforto».»
João Gobern, Diário de Notícias
«No próximo dia 1 de agosto, pelas 21:30, o Cine-Teatro Avenida é o palco para mais uma etapa da Viagem Literária .
Depois de Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda, a Viagem Literária segue para a quinta etapa e desce até à Beira Baixa. A paragem em Castelo Branco está marcada para dia 1 de agosto, às 21:30, no Cine-Teatro Avenida e promete, à semelhança das conversas anteriores, encher a casa à boleia de dois grandes autores internacionais: o angolano José Eduardo Agualusa e a escritora espanhola Rosa Montero.»
Ler mais aqui.
«Neste livro de contos, José Eduardo Agualusa compilou textos destinados a diversas antologias e revistas. Porção significativa do que nele se apresenta integrou a edição especial d’”Os Maias”, de Eça de Queirós, um exclusivo comemorativo publicado pelo Expresso. Mas não se trata de simples recolha aleatória. O autor reescreveu os originais para esta edição da Quetzal, e tal decisão facilita a sugestão de irmandade, que não exatamente de unidade. Conceitos simples transportam-se a propostas quase filosóficas, sem desejarem sê-lo, que decorrem da leitura e são testemunho de observações tiradas do dia a dia, entretanto plasmadas em palavras de bom senso, mesmo quando surreais ou hiperbólicas.»
António Loja Neves, Expresso
«Há alguns anos, em Lisboa, num evento em que se discutia pela milésima vez a reforma ortográfica, um sujeito ergueu-se aos berros, no fundo da sala: “A língua é nossa!” Não fiquei surpreendido. A verdade é que ainda persiste em Portugal uma certa saudade imperial e, sobretudo, uma enorme ignorância no que diz respeito à história do próprio idioma. É sempre bom recordar que antes de Portugal colonizar África, os africanos colonizaram a Península Ibérica durante oitocentos anos. A língua portuguesa deve muito ao árabe. A partir do século XVI, com a expansão portuguesa, a língua começa a enriquecer-se, incorporando vocábulos bantos e ameríndios, expressões e provérbios dessas línguas, etc.. A minha língua é esta criação coletiva de brasileiros, angolanos, portugueses, moçambicanos, caboverdeanos, santomenses, guineenses e timorenses. A minha língua é uma mulata feliz, fértil e generosa, que namorou com o tupi e com o ioruba, e ainda hoje se entrega alegremente ao quimbundo, ao quicongo ou ao ronga, se deixando engravidar por todos esses idiomas.»
Entrevista de José Eduardo Agualusa ao DN. Enquanto isso, A Rainha Ginga mantém-se segura nos tops.
Fotografia de Pedro Loureiro
«De vez em quando, as coisas não corriam de feição no Império Português em África. O novo romance de José Eduardo Agualusa relembra-nos o tempo em que os holandeses cobiçavam Luanda, percebendo as fraquezas da pequena metrópole tomada pelos Filipes de Castela. Longe da pequenez da capital, numa altura em que o século XVII ainda era quase uma novidade, um padre pernambucano chega a Angola e tem uma visão que não é a de Nossa Senhora: “Na manhã em que pela primeira vez vi Ginga, fazia um mar liso e leve e tão cheio de luz que parecia que dentro dele um outro sol se levantava. Dizem os marinheiros que um mar assim está sob o domínio de Galena, uma das nereidas, ou sereias, cujo nome, em grego, tem por significado calmaria luminosa, a calmaria do mar inundado de sol.”
O relato celestial de Francisco José de Santa Cruz não vai permanecer idílico, pois em breve, quando a luz se dissipar, perceberá que avistou sem ainda o desconfiar uma das mulheres mais controversas da história de Portugal em África ou de África em Portugal. Dona Ana de Sousa, ou Ngola Ana Nzinga Mbande, ou Rainha Ginga (1583-1663) foi uma rainha dos reinos do Ndongo e de Matamba, no Sudoeste de África. O seu título real na língua quimbundo — Ngola — foi o nome utilizado pelos portugueses para denominar Angola.»
Rui Lagartinho, Ípsilon
Fotografia de Pedro Loureiro
Porque sabemos tão pouco sobre História africana?
Não sei... Mas no caso do Brasil, mais ligado a África, um país de matriz africana, existe uma maior produção académica sobre a História de África, ainda que haja um fraco conhecimento da cultura africana contemporânea - sobre a música, por exemplo. O Brasil cortou com África quando acabou a escravatura. Em Portugal, existe um maior conhecimento da cultura contemporânea africana, mas, sobre a História, ainda há um longo caminho a percorrer. Existe um saber académico, mas este não passa para fora. E o que se sabe é apenas numa perspetiva, muito redutora. No que diz respeito ao grande público, há uma certa mitologia que ficou. Este livro sobre a rainha Ginga pode surpreender em Portugal porque vai mostrar uma outra perspetiva: a africana.
Mas houve outros livros dedicados à rainha Ginga.
Houve alguma literatura colonial, ou seja, ficção produzida por portugueses, utilizando o mito da rainha a favor do mito da construção do império. Quando as figuras se agigantam muito, todos os poderes têm a tentação de usá-las a seu favor... Depois da independência de Angola, foi publicado, pelo menos, um livro com a perspetiva oposta, hipernacionalista, transformando a rainha Ginga num ícone do nacionalismo angolano - o que também é absurdo. A rainha Ginga não é angolana. Ela atuou no espaço geográfico onde, hoje, se situa Angola mas que, então, não existia. É como Viriato. Ele não é um herói português, é um herói contra Portugal. A rainha Ginga não lutou por uma ideia de Angola. Pelo contrário: se ela tivesse triunfado, não teria existido Angola como hoje a conhecemos.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/jose-eduardo-agualusa-pela-primeira-vez-sinto-que-posso-dizer-que-sou-escritor=f784361#ixzz34QIMxkXk
A Câmara da Póvoa de Varzim, localidade onde se realiza a 15ª edição do festival literário Correntes d’Escritas, divulgou hoje os 15 finalistas do prémio Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros.
Entre os candidatos estão Manuel Jorge Marmelo, com Uma Mentira Mil Vezes Repetida, publicado pela Quetzal em 2011, e José Eduardo Agualusa, com A Vida no Céu, livro que marcou a sua estreia na Quetzal, em 2013.
O júri, constituído por Isabel Pires de Lima, Carlos Quiroga, Patrícia Reis, Pedro Teixeira Neves e Sara Figueiredo Costa, selecionou os quinze finalistas de um total de 180 obras a concurso.
O anúncio do vencedor será feito a 20 de fevereiro e o prémio será entregue na sessão de encerramento, a 22 de fevereiro.
O escritor José Eduardo Agualusa é o convidado da XXII edição do Porto de Encontro, uma organização conjunta da Porto Editora e do jornalista Sérgio Almeida. A sessão decorrerá no próximo dia 8 de dezembro, domingo, às 17h, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, aos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. O evento contará com a participação especial da escritora Patrícia Reis.
A Quetzal publicou já este ano o romance A Vida no Céu, o primeiro livro do autor na editora, e uma nova edição de uma das suas obras mais conhecidas, Um Estranho em Goa.
Entrevista de Vanessa da Mata ao Globo:
José Eduardo Agualusa, com o romance Teoria Geral do Esquecimento, venceu o prémio literário Fernando Namora.
A Vida no Céu, o mais recente romance de José Eduardo Agualusa, foi publicado já este ano pela Quetzal.
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