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«Entre as muitas criaturas que estas páginas albergam, uma há que se reveste de particular interesse para os lisboetas – é o “cavalo de mar”, a que Plínio atribui a seguinte origem: «nas proximidades de Olisipo e das margens do Tejo, as éguas viram-se para o vento ocidental e ficam fecundadas por ele; os potros gerados assim são de uma admirável ligeireza, mas morrem antes dos três anos.» Já houve pais que escutaram das filhas adolescentes explicações mais esfarrapadas para gravidezes inesperadas.»
José Carlos Fernandes, Time Out
«O título deste livro justificaria a inclusão do príncipe Hamlet, do ponto, da linha, da superfície, do hipercubo, de todas as palavras genéricas, e talvez de cada um de nós e da divindade. Em suma, quase do Universo. No entanto, limitámo-nos ao que a locução «seres imaginários» sugere, compilámos um manual das entidades estranhas que a fantasia dos homens gerou ao longo do tempo e do espaço.
Desconhecemos o sentido do dragão, como desconhecemos o sentido do Universo, mas algo há na sua imagem que está de acordo com a imaginação dos homens e, assim, o dragão surge em latitudes e idades diferentes.»
O Livro dos Seres Imaginários, de Jorge Luis Borges, chega às livrarias a 17 de julho.
Em 2009, Pablo Katchadjian escreveu El Aleph Engordado, um livro experimental em que o autor reproduzia o célebre conto de Jorge Luis Borges acrescentando as suas próprias considerações. Agora pode ser condenado a seis anos de prisão.
Ler a história completa aqui.
«Poucos, como o argentino Jorge Luis Borges, terão sabido tratar do leitor com tamanha adulação, colocando-o no papel principal das suas histórias. No prólogo da primeira edição de “História Universal da Infâmia” (Quetzal, 2015), escrito em 1935, Borges escreveu isto: «Por vezes creio que os bons leitores são cisnes ainda mais tenebrosos e singulares que os bons autores.»
Referindo que os «exercícios de prosa narrativa» que formam o livro derivam das suas releituras de Stevenson e de Chesterton – e também dos primeiros filmes de Von Sternberg e de alguma biografia de Evaristo Carriego -, Borges radiografa desta forma as grandes histórias presentes neste pequeno livro: «Abusam de alguns processos: as enumerações díspares, a brusca solução de continuidade, a redução da vida inteira de um homem a duas ou três cenas.»
Pedro Miguel Silva, Deus Me Livro
«Numa entrevista a uma rádio francesa muitos anos depois de ter sido publicada a sua História Universal da Infâmia, Jorge Luis Borges referiu-se ao título como resultado da intenção de um jovem em chocar os seus leitores com uma “palavra bombástica”: infâmia.
Era um livro que ele encarava com algum desprezo, chamando-lhe o “jogo irresponsável de um tímido que não ousou escrever contos e se distraiu a falsear a tergiversar (sem justificação estética alguma vezes) histórias alheias”. Era o olhar distante de um escritor que já tinha produzido os seus textos mais emblemáticos, como Ficções (1944) ou O Aleph (1949,) perante a sua primeira experiência na prosa, algo de que estava longe de se orgulhar, mas onde críticos e biógrafos apontam traços do que viria a ser a sua marca literária: a imaginação delirante, a capacidade de, efabulando, criar personagens míticas, e de entrar e de desmontar a mente humana a partir dos pormenores mais mundanos.»
Isabel Lucas, Ípsilon
«Apesar de ter resultado num projecto inacabado, a “Biblioteca pessoal” (Quetzal, 2014) de Jorge Luis Borges é um livro extraordinário, que mostra todo o poder de síntese e a genialidade do escritor argentino que, em cerca de duas páginas por entrada, nos apresenta a um autor da sua preferência, naquilo que seriam, em princípio, os prólogos de textos maiores, quase enciclopédicos.»
Pedro Miguel Silva no seu mais recente projecto, deus me livro.
Curiosamente, a nova edição de Ficções, publicada pela Quetzal, chegou às livrarias na passada sexta-feira.
Este é, na nossa opinião, um dos melhores livros de sempre. Quase setenta anos após a primeira edição, Ficções continua a fascinar os leitores que o descobrem e também aqueles que, a cada leitura, o redescobrem. O desafio que deixamos aos nossos leitores é que nos digam, na caixa de comentários, qual é o vosso conto preferido de Ficções. Ficamos à espera.
"Em 17 pequenos-grandes contos, Jorge Luis Borges discorre sobre alguns dos temas universais que estiveram, desde sempre, presente na sua escrita: o tempo, o sonho, o infinito, a morte, a justiça, Deus, a ética. Sempre com o fantástico como papel de parede: em «O imortal» procura-se a secreta Cidade dos Imortais e a vida eterna; «História do guerreiro e da cativa» é um dos dois contos – a par de «Emma Zunz» – que parte de factos fidedignos, e que revela a escolha entre o lado racional ou animal da vida; «A casa da Astério» é uma fábula sobre um deus que aguarda o seu redentor; «Abenjacan, o Bokhari morto no seu labirinto» conta a história de um homem preso no seu próprio esconderijo, guardado por um escravo e perseguido por um morto sedento de vingança; «Os dois reis e os dois labirintos» mostra que a melhor prisão não precisa de ter escadarias, portas ou paredes; «O Aleph», que dá título ao livro, é o conto supremo, trespassado pela loucura, onde numa casa à beira da demolição se poderá ver, através de um único ponto, o Universo inteiro."
Pedro Silva, Rua de Baixo
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