Assim começa o Incêndio no Chiado, de François Vallejo: «Tudo se passa depressa. Lisboa está a arder. O Francês segue o avanço do incêndio desde esta manhã. Estava a dormir na sua pensão, à Rua do Ouro. Um fragor lá fora, puxou as cortinas. Estando a meio do Verão, já devia ser dia, em vez deste nevoeiro cinza, quase azul, do dia 25 de Agosto de 1988. Através do cinza azulado, do outro lado da rua, atrás dos Grandes Armazéns Grandella, vislumbra outras cores: vermelho e amarelo. As cores sobem pelos andares acima a toda a velocidade, um velho armazém, cheio de madeirame e reservas de tecido, é coisa rápida.» No Bibliotecário de Babel.