Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«O principal instrumento do poeta é a atenção extrema ao que o rodeia. Pode ser a múmia de um gato num museu de antiguidades egípcias em Turim, a “cúpula celeste” em Rodes, ou “o silêncio dentro do silêncio”. […] Sobre este canto de amor à cultura mediterrânica não paira o espectro da solenidade, e menos ainda quaisquer sombras de grandiloquência, porque o poeta nunca se põe em bicos de pés nem alardeia erudição. Muito ao seu jeito, desmonta essa ameaça com recurso ao humor, à ironia, e a um espírito lúdico, um gosto pela brincadeira e pela experimentação.»

José Mário Silva dá quatro estrelas a Mediterrâneo, o novo livro do poeta João Luís Barreto Guimarães

 

frente_capa_mediterraneo_final.jpg

 

José Mário Silva, na revista Atual, do Expresso, sobre Esta Distante Proximidade, de Rebecca Solnit. Cinco Estrelas para este livro fantástico.

 

«Para falar de si mesma ou da sua mãe, no processo gradual de afundamento no nevoeiro da doença de Alzheimer, Solnit cria camadas sobrepostas de histórias. As suas próprias histórias, episódios da sua vida que vão sendo desvendados com uma espécie de pudor que nunca esconde as suas pulsões essenciais, e histórias daqueles que lhe são ou foram próximos. São fragmentos oblíquos que estão ao serviço de narrativas maiores, tentativas de compreensão do mundo que se cruzam com dezenas de outras histórias. Estas multiplicam-se, propagam-se, convergem, desmultiplicam-se como bonecas russas ou bifurcam-se como rios de vasto delta.»

 

frenteK_esta_distante_proximidade.jpg

 

Excerto da entrevista de J. Rentes de Carvalho ao Expresso (Atual).

 

«Este livro, escrito entre abril de 1974 e outubro de 1975, nunca foi publicado em Portugal. Porquê?

De início, não houve interesse em publicá-lo porque a minha visão do que se estava a passar era considerada desagradável e incómoda. Mesmo na Holanda, teve uma única edição, pequena, e só saiu uma crítica ao livro num jornalzeco belga. Por causa do meu pessimismo, chamaram-me filho da puta, vendido ao capital e mais não sei quê. Demorou trinta anos para que os meus amigos socialistas, que na altura me abandonaram, começassem a dizer: “Olha lá, se calhar tiveste um bocado de razão, só que foi cedo demais.” A verdade é que ao mostrar o manuscrito ao Manso Pinheiro, editor da Estampa, já nos anos 80, ele explicou-me que o livro continuava a não ser publicável, “nem agora, nem daqui a dez anos, nem daqui a vinte”.

 

E que justificação deu para essa recusa?

Nos anos 80, este assunto ainda era intocável.

 

O problema era a falta de recuo histórico?

Não. O problema era contrariar as grandes certezas saídas da Revolução dos Cravos. Um sujeito vir dizer estas coisas não caía bem. Não vendia livros. E era até capaz de dar cadeia, sei lá.»

 

«No início deste ano, Magris assinou com outros intelectuais (nomeadamente Umberto Eco, Salman Rushdie, Julia Kristeva, Fernando Savater e António Lobo Antunes) um manifesto de Bernard Henri-Lévy intitulado “Europa ou caos?”, onde se diz que a Europa – como “ideia”, como “sonho”, como “projeto” – “não está em crise, está em vias de morrer”. Embora concorde com a denúncia do manifesto, ao assiná-la sentiu um certo incómodo: “A verdade é que não me parece que os intelectuais sejam mais clarividentes quanto aos problemas que dizem respeito a todos. Não gosto de ver os escritores e outros artistas elevados ao estatuto de sacerdotes de uma religião laica, como se compreendessem melhor a realidade do que as pessoas que não escrevem ou que não criam.” Quanto ao eventual melhor conhecimento que os escritores terão da natureza humana, desvaloriza-o: “Talvez isso seja verdade, mas conhecem a natureza humana de um ângulo que não é necessariamente o mais importante para a vida política de um país. Não podemos aplicar os mesmos critérios à minha loucura e ao problema das crianças que não têm escola.”»

 

Excerto da entrevista que Claudio Magris concedeu a José Mário Silva, publicada no suplemento Atual, do Expresso.

 

O Atual, suplemento cultural do jornal Expresso destaca várias das apostas da Quetzal para a rentrée:

 

«No próximo dia 20, com um desfasamento de apenas oito dias em relação aos países de língua espanhola, chega às livrarias portuguesas “O Herói Discreto” (Quetzal), novo romance do escritor peruano Mario Vargas Llosa, Prémio Nobel da Literatura em 2010. Na verdade, esta é a primeira tradução mundial do livro – feita pela dupla Cristina Rodriguez e Artur Guerra, vencedores há dois anos do Prémio Casa da América Latina, pela tradução de “2666”, de Roberto Bolaño.»

 

«Bruno Vieira Amaral, autor de "Guia para 50 Personagens da Ficção Portuguesa" (Guerra e Paz, 2013), resolveu passar das figuras criadas por outros para as que saem da sua imaginação e experiência de vida na margem sul do Tejo (entre Alhos Vedros e a Baixa da Banheira, território literariamente virgem), juntando retratos de existências suburbanas, interligadas numa estrutura romanesca original. Alguns dos textos foram publicados no blogue pessoal de BVA e a altíssima qualidade da prosa cria, em torno de “As Primeiras Coisas” (Quetzal), previsto para outubro, a expectativa do surgimento de mais um excelente escritor.»

 

«Há cerca de um ano, a Quetzal publicou pela primeira vez em Portugal um dos mais importantes autores norte-americanos das últimas décadas, David Foster Wallace, de quem pudemos ler “A Piada Infinita”, a sua célebre obra-prima romanesca com mais de mil páginas. Agora oferece-nos outra face do escritor, a do ensaísta brilhante, numa obra que reúne num só volume textos publicados nos vários livros de não ficção de Wallace. O título – “Uma Coisa Supostamente Divertida que Nunca Mais Vou Fazer” – foi retirado de um hilariante artigo sobre uma viagem do autor num navio de cruzeiro. A Quetzal publicará ainda um livro de Claudio Magris, “Alfabetos”, em que o recorrente candidato ao Nobel dialoga com obras de outros autores, como Homero, Baudelaire ou Walter Benjamin.»

 

«Ao contar uma história vulgar, Elvira Vigna não acrescenta nada de original. As vacilações abismo psicológicos, a fragmentação identitária, o espetáculo doloroso da perda, as ruínas emocionais e o recomeço, já vimos tudo isto mil vezes. O que salva o romance da banalidade é o estilo: seco, direto, reflexivo, sofisticado. A linguagem como espaço onde as coisas, as verdadeiras e as imaginárias, acontecem […]»

 

José Mário Silva, Expresso

 

"Carver abominava a escrita «confusa» e «aleatória», a prosa «embaçada», vaga, «cheia de fumo». Interessava-lhe «escrever sobre coisas e objetos quotidianos usando linguagem quotidiana mas precisa, e dotar essas coisas - uma cadeira, uma cortina, um garfo, uma pedra, os brincos de uma mulher - de um poder imenso, quase espantoso». E é precisamente isso que acontece nos poemas e contos deste volume."

 

José Mário Silva, Expresso

 

Para além de Fogos, de Raymond Carver, as sugestões de verão do Expresso incluem os seguintes livros da Quetzal:

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D