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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

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Dez anos após a trágica morte do autor de A Piada Infinita, o jornal El País publicou uma entrevista inédita. Vale a pena ler, aqui. Ou já replicada pelo Expresso, neste link. Diz David Foster Wallace:

«Quase todo o dinheiro que gera a literatura procede de livros que as pessoas lêem quando viajam de avião ou estão na praia. Os meus livros não são assim. A maior parte dos narradores americanos com que me relaciono escrevem ficção bem mais difícil e exigente. Eu creio que sou dos mais acessíveis, pela simples razão de que ao escrever não procuro intencionalmente complicar as coisas».[…] «O meu romance é uma tentativa de compreender uma espécie de tristeza que é inerente ao capitalismo, algo que está na raíz do fenómeno da adição.»

No Brasil, o Globo destacou dez factos sobre o autor que morreu há dez anos. Aqui.

O mesmo jornal entrevistou o tradutor e escritor Caetano Galindo: «Estava sentado aqui mesmo onde estou agora. Na frente do computador. Quando minha mulher recebeu um email de uma ex-aluna com a notícia. E me avisou. Eu só lembro de ter primeiro desacreditado. E depois travado. Levantei e fui até o piano, que é o que eu faço pra botar o cérebro em ordem... pra tentar aceitar...». Lê-se aqui.

V.C.

Passaram ontem dez anos sobre a morte – trágica – de David Foster Wallace (1962-2008). O seu romance A Piada Infinita é um emblema da literatura americana dos anos da mudança de século (foi publicado em 1996, só em 2012 saiu a edição portuguesa) e, até agora, sem sucessor à altura. Pelo movimento da prosa, pela ironia, pelo pessimismo radical, pela forma como leu o espírito do tempo, A Piada Infinita era o livro ideal para ser esquecido – mas não foi. Wallace ainda começou a escrever um novo romance (O Rei Pálido), uma obra incompleta que arrebatou o Pulitzer postumamente. O livro Uma Coisa Supostamente Divertida Que Nunca Mais Vou Fazer, onde mistura ensaios e reportagens delirantes (um congresso de necrologistas, um cruzeiro nas Caraíbas, a indústria da pornografia, a ficção televisiva, um festival da lagosta, o ténis de Federer, etc.) é o grande guia para a sua obra e a sua dispersão. Wallace suicidou-se aos 46 anos, mergulhado numa profunda depressão que o atormentava sem cessar. Olhando para trás – não há ainda um sucessor desta obra nem da sua energia maníaca.

Francisco José Viegas

[Da coluna no CM]

«David Foster Wallace foi um escritor diferente, um acutilante pensador que extrapolava fronteiras morais e filosóficas com um encanto próprio e uma extrema capacidade de encontrar sentido (ou sentidos) onde, por vezes, a emoção ou a lógica se revelava ausente – ou tomada pelo poderoso fantasma do aborrecimento.

Estudante de Filosofia e Inglês, Foster Wallace – paralelamente a toda a sua vida – nunca escondeu a sua paixão pelo ténis, modalidade que lhe conferia uma espécie de equilíbrio para a existência, bem como para a sua expressividade literária.»

Carlos Augusto, Deus Me Livro

 

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«O Rei Pálido será sempre inacabado e incapaz de responder até onde poderia ir Foster Wallace se não tivesse morrido aos 46 anos. Mas quem o lê reconhece nele todos os traços dessa tarefa que foi a sua: viver à margem sem ser por escolha e fazer dessa incapacidade de ser feliz uma obra sobre os intrigantes limites de estar vivo, desafiando as convenções da linguagem, apoiando-se na investigação de campo, interrogando-se sobre o trabalho de um escritor, no seu inferno pessoal. Revelar um pouco de tudo isso é o grande mérito deste livro, além, claro, dos muitos momentos vibrantes.»

Isabel Lucas, Público

 

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«A verdadeira coragem consiste em suportar o tédio, minuto a minuto, num espaço confinado. E, por sinal, tal resistência corresponde à essência do que é, hoje em dia, neste mundo que nenhum de nós criou, o heroísmo. O heroísmo."

Não é o professor universitário citado em "O Rei Pálido" que nos oferece o segredo da felicidade no meio do aborrecimento, ainda que o conselho surja em jeito de presente sobre como sobreviver num mundo inundado de monotonia e tristeza.

Se em "A Piada Infinita" David Foster Wallace discorria sobre as distracções e o entretenimento que (quase) ameaçam de morte uma nação, com este novo livro, chegado agora às bancas portuguesas, explora a realidade inversa à da abstracção, naquele que é o lar do tédio por definição: um departamento de Finanças no coração dos Estados Unidos.»

Joana Azevedo Viana, i

 

I:\CAPAS - BERTRAND EDITORA\2014\Quetzal\11_Novemb

 

«O mercado editorial português foi marcado, em 2012, pelo lançamento de “A Piada Infinita”, de David Foster Wallace. Até à data sem qualquer livro publicado em Portugal, a obra de Wallace começava logo pela edição da sua obra mais colossal que, segundo a revista Time, estará bem posicionada na lista dos 100 melhores romances escritos na língua inglesa.

 

Continuando uma missão literária orientada para o serviço público, a Quetzal edita agora “Uma coisa supostamente divertida que nunca mais vou fazer” (Quetzal Editores, 2013), livro que revela outra das muitas facetas do escritor norte-americano: a de ensaísta e repórter.

 

O livro reúne nove textos de uma diversidade extrema, entre o humor e a sátira, que mostram um escritor cerebral e inventivo capaz de questionar a loucura e o absurdo do mundo em que vivemos, de qualquer ângulo ou inclinação.»

 

Pedro Miguel Silva, Rua de Baixo

 

 

 

«Uma Coisa Supostamente Divertida que Nunca Mais Vou Fazer, o texto que fornece o título a esta colecção de ensaios – nove, no total, publicados entre 1993 e 2009 em várias revistas americanas – é um exemplo perfeito da sua técnica e do seu espírito. Contratado para escrever uma peça sobre um cruzeiro de luxo nas Bahamas – símbolo do hedonismo desenfreado ligado estreitamente ao verbo “mimar” que, como enfatiza o autor, constitui o refrão dos directores e promotores do navio, ironicamente chamado Nadir –, Wallace acaba por falar incessantemente da morte em todas as suas declinações, presente na claustrofóbica intimidade forçada entre tantos seres estranhos, num mar vasto e terrífico, e como uma sombra funesta, na assídua repetição do excesso e no tédio daí decorrente.»

 

Helena Vasconcelos, Ípsilon

 

Esta edição, que reúne vários ensaios de David Foster Wallace, é única em todo o mundo e obedece a uma escolha editorial da Quetzal dos textos de não-ficção que consideramos mais representativos do autor norte-americano, não só em termos de qualidade literária mas também pelos temas abordados: literatura, cinema, ténis e excursões improváveis. Assim, nesta edição, e ao contrário do que acontece nas edições originais, reunimos no mesmo livro Uma Coisa supostamente Divertida Que nunca mais Vou Fazer e E Unibus Pluram: a Televisão e a Ficção Americana, Pensem na Lagosta e Federer: Carne e não só. O último texto é A Água é Isto que, para os fãs de David Foster Wallace, tem uma dimensão quase religiosa.

 

O livro estará nas livrarias a partir de 11 de outubro.

 

 

 

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