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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

O escritor colombiano Héctor Abad Faciolince foi um dos convidados do Correntes d'Escritas e falou com João Céu e Silva sobre Oculta, o seu romance mais recente e que já se encontra nas livrarias.

 

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 «Héctor Abad Faciolince está desde o início do mês na Holanda numa residência para escritores, onde se sente num mosteiro, tal é o silêncio, a escrever um romance começado na Colômbia, intitulado O Centro. Diz que Portugal é o país onde mais livros seus foram publicados, daí que vir ao Correntes d"Escrita pela terceira vez seja um prazer. Um escritor que aos 17 anos parou de estudar um ano para ler os sete volumes de Em Busca do Tempo Perdido, de Proust.

Gosta de vir ao Correntes?

Sim, muito, e tenho pena de não ficar tanto tempo como antigamente. Da primeira vez foi muito emocionante pois nunca tinha estado em Portugal.

Espera alguma coisa destas sessões?

Uma pessoa muda muito ao longo da sua vida, por isso há 15 anos parecia uma esponja que absorvia tudo o que era possível. E tinha tempo para me sentar nos cafés do Porto e ir à livraria Lello & Irmão. O triste de envelhecer é que a esponja já absorve muito menos, pois estamos mais concentrados nas nossas preocupações. É o que me acontece agora, porque estou focado no romance e só vim dois dias, para interromper ao mínimo o processo de escrita. Portanto, a condição psicológica é diferente. Não vim para conhecer colegas, ouvi-los, ver os seus livros - o que era muito mais apaixonante. Agora venho em trabalho.»

Na XVII edição do Correntes d’Escritas – que junta anualmente leitores e escritores de expressão ibérica na Póvoa de Varzim – a Quetzal Editores marca novamente presença com sete autores publicados e o lançamento de três romances.


Não Há Tantos Homens Ricos Como Mulheres Bonitas Que os Mereçam, de Helena Vasconcelos, será apresentado no dia 23 de fevereiro, às 18h00, na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.


O romance de Nuno Costa Santos, Céu Nublado com Boas Abertas, será apresentado por Ivo Machado, no dia 26, sexta-feira, às 12h00, na Sala de Atos do Cine-teatro Garrett.

 

No dia seguinte, à mesma hora, no mesmo local, é o lançamento de Oculta, do escritor colombiano Héctor Abad Faciolince.

 

Correntes.jpg

 
A estes escritores, juntam-se Manuel Jorge Marmelo – que este ano celebra 20 anos de atividade literária –, Álvaro Laborinho Lúcio (de quem a Quetzal publicou em 2014 O Chamador) e José Luis Peixoto (com o seu recente Em Teu Ventre).


Pedro Vieira, autor de O Que Não Pode Ser Salvo e Última Paragem: Massamá, também estará presente durante o encontro, assim como os nossos autores Manuel Alberto Valente, Maria do Rosário Pedreira e muitos outros escritores que ali se juntam de 23 a 28 de fevereiro, a leitores de todo o país e estudantes do concelho.


O programa completo pode ser consultado aqui.

Estreias literárias em destaque na presença da Quetzal na 16ª edição das Correntes D’Escritas, evento organizado pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e que este ano decorre entre 25 e 28 de fevereiro.

 

Correntes.jpg

 

Ana de Amsterdam, de Ana Cássia Rebelo, e A Casa das Rosas, de Andréa Zamorano, duas obras de estreia, terão o lançamento oficial no dia 27, às 12h00, no Cine-Teatro Garrett.

 

Ana Cássia Rebelo participará na mesa 5 (Da escrita em ruínas transpiram as intermitências da vida, dia 27, às 22h00) e Andréa Zamorano estará na mesa 4 (O silêncio é o sal da escrita em construção, dia 27, às 17h30).

 

Manuel Jorge Marmelo, Sérgio Godinho e Bruno Vieira Amaral serão os outros autores da Quetzal presentes no evento. Participarão, respetivamente, nas mesas A Verdade dos Prémios Literários: O Poder das Narrativas e/ou As Narrativas do Poder (mesa 2, dia 27, 10h00), Literatura: uma questão de inteligência invisível (mesa 7, dia 28 às 15h30) e Da escrita em ruínas transpiram as intermitências da vida (mesa 5, dia 27 às 22h).

É a palavra que resume a participação de Pedro Vieira nas Correntes deste ano. No entanto, e em resposta ao nosso pedido, o autor acrescenta algumas palavras:

 

"Sem pruridos posso dizer que a minha presença nas Correntes foi um sucesso, fui falar a uma escola básica e ninguém chamou a protecção de menores, provei do vinho da casa no zé das letras e não entrei para a lista de espera dos transplantes de fígado, afirmei que tinha escrito um "livro" e as pessoas acreditaram, dancei na pista do bar da praia e saí sem ser esfaqueado pela brunhilde da póvoa, nem sequer pelos seus nibelungos de bigode na beiça, fui fotografado pelo daniel mordzinski e o borges nem sequer estremeceu na tumba, falei numa rádio local que não foi incendidada, enfrentei uma plateia de 300 pares de olhos perfurantes sem ter de recorrer aos préstimos da lindor, fui alcunhado de mussolini e até achei graça, fiz e revi amigos, gravei um ah, a literatura e ninguém se riu (demasiado), tive vontade de beijar a manuela e o francisco e fi-lo sem pruridos, enfim, foi de orelha, rabo, volta à praça e saída em ombros, como diria o ex-ministro manuel pinho."

 

 

E não é um leitor qualquer, mas Mario Vargas Llosa. A experiência de leitura que mais o apaixonou nos últimos anos foi o Somos o Esquecimento que Seremos, de Héctor Abad Faciolince. Aqui pode ler-se o artigo completo. Héctor Abad chega à Póvoa de Varzim, amanhã de manhã, para participar no Correntes D'Escritas, onde será apresentado o seu livro novo na Quetzal, Receitas de Amor para Mulheres Tristes

É um ser obscuro, perverso e traiçoeiro, a quem só interessa obter vantagens, livrar a pele e salvar-se, ainda que a salvação para ele passe exclusivamente pelo dinheiro. Apesar de se encontrar nos antípodas do que eu considero o ser humano ideal, os Ramon Mendoza existem. Estou convencido que os leitores portugueses encontrarão algum parentesco com um qualquer filho da puta que conhecem.

 

Milton Fornaro, uruguaio, autor de Cadáver Precisa-se, em entrevista ao Jornal de Letras, hoje, num dossiê de antecipação do Correntes D'Escritas.

 

Na verdade, a pergunta mais adequada seria como me fiz homem. Lutei, vivi na rua, estive preso, trabalhei em dezenas de ofícios. Sei cozinhar, limpar, sou carpinteiro, ferreiro, condutor de camiões, consegui vender desde diários a apartamentos e cheguei a dirigir um bordel. Mas nada disso me fez homem. No segundo romance sobre Gabriel, La ley de la ferocidad, o segundo de uma trilogia, ele diz: o homem que vive não é o homem que escreve, mas começará a transformar-se nele quando acabar de escrever, devido ao facto de escrever. Eu sou o homem que escreve. Nesse romance, que me catapultou na Argentina e na América Latina, sobre o qual tanto fala a minha querida Laura Restrepo, cheguei à essência de Gabriel e através dele também à minha essência. Sempre fui o homem que escreve. Só que ainda não o sabia.   

 

Pablo Ramos, autor de A Origem da Tristeza, em entrevista ao Jornal de Letras, hoje. Pablo Ramos estará em Portugal para participar no XI Encontro Correntes D'Escritas, organizado pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

 

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