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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

“Do ponto de vista literário, nada a apontar para a reviravolta de intenções. Norris tem estrutura para carregar o romance inteiro. E de que maneira. Aplausos para Isherwood não fosse ele a trazer mais tarde a sua inquietação acerca do modo como a crítica o recebeu, ao confessar que no romance não jogou limpo. Que se aproveitou de uma personagem para se esconder, camuflar uma identidade, quase a falseando. Mas essa é a consciência do autor com a qual o leitor consegue conviver muito bem. Não sendo a sua obra-prima – essa categoria estava reservada a Um Homem Singular (1964), livro com que a Quetzal iniciou a publicação da obra de Isherwood em Portugal em 2011 – Mister Norris Muda de Comboio é a prova de que Isherwood quase, quase chegou à clareza e ao incómodo da lente fotográfica.”

 

Isabel Lucas, Público

 

"De resto, a forma como Isherwood retrata os homossexuais revela uma visão descomplexada, comum em meios cosmopolitas. No caso de Encontro à Beira-Rio, publicado em 1967, dois anos antes do início simbólico do movimento gay moderno (Nova Iorque, Junho de 1969), o escritor engendra uma leve dúvida (bi)sexual, insuficiente, no entanto, para repisar as tormentas das minorias sexuais daquela época."

 

Bruno Horta, Time Out

 

No final dos anos 1930, após se ter instalado em Los Angeles, Christopher Isherwood desenvolveu o seu interesse pelas filosofias orientais. Dedicou-se à tradução de textos hindus e à investigação da vida de místicos indianos. Enquanto isto, gradualmente, aspetos dessa aproximação eram trabalhados na sua escrita ficcional – exemplo disso é Encontro à Beira-Rio, nas livrarias a 27 de janeiro, uma história de dois irmãos britânicos que, justamente, personificam os anseios espirituais e sexuais do próprio Isherwood.

 

 

 

Christopher Isherwood nasceu em Cheshire em 1904. Começou a escrever nos tempos da faculdade e a sua prolífica obra desenvolveu-se em vários géneros: romance, conto, relato de viagem e teatro. Mudou-se ainda jovem para Berlim, onde se sustentava ensinando inglês. Na Alemanha, assistiu de perto à ascensão de Hitler, e alguns dos seus romances refletem essa experiência - por exemplo Adeus a Berlim (publicado pela Quetzal em 2011). No fim dos anos 1930, viajou pela China com W.H. Auden, após o que se radicou nos EUA. Aí, nos anos 1960, durante uma fase crítica da relação com Don Bachardy – o homem com quem viveu mais de vinte anos –, Christopher Isherwood escreveu Um Homem Singular, com que a Quetzal iniciou a publicação das suas obras. A estes junta-se agora Encontro à Beira-Rio, um romance em que se destacam dois importantes temas da sua obra nesta fase: as filosofias orientais e a homossexualidade. Christopher Isherwood morreu em Janeiro de 1986.

 

«A acção decorre em 1962, ano em que poucos duvidam de que os mísseis russos instalados em Cuba sejam uma ameaça ao "reino do bem-estar sobre a terra". A extrema-direita americana conspira contra Kennedy na John Birch Society. A maioria silenciosa teme o indizível, i.e., o comunismo. George está sozinho porque Jim morreu. Os vizinhos não sabem, julgam que foi ver a família e decidiu não voltar.» Eduardo Pitta resume assim o principal da trama  de Um Homem Singular, no mesmo texto em que compara o livro a música de câmara: «um trio com piano (...) parece-me uma designação adequada à tessitura narrativa». Cinco estrelas, foi quanto mereceu A Single Man (título original), no Ípsilon de 21 de Janeiro. 

 

 

 

Christopher Isherwood nasceu em Cheshire em 1904. Começou a escrever nos tempos da faculdade e a sua prolífica obra desenvolveu-se em vários géneros: romance, conto, relato de viagem e teatro. Mudou-se ainda jovem para Berlim, onde se sustentava ensinando inglês. Na Alemanha, assistiu de perto à ascensão de Hitler, e alguns dos seus romances reflectem essa experiência - por exemplo Adeus a Berlim, com a célebre adaptação ao cinema no musical Cabaré.

 

No fim dos anos 1930, viajou pela China com W.H. Auden, após o que se radicou nos EUA. Aí, nos anos 1960, durante uma fase crítica da relação com Don Bachardy – o homem com quem viveu mais de vinte anos –, Christopher Isherwood escreveu este romance breve e poderoso, Um Homem Singular, com que a Quetzal inicia a publicação das suas obras.

 

Christopher Isherwood morreu em Janeiro de 1986.

 

(Fotografia retira daqui.)

 

 

Celebrado como a obra-prima de Christopher Isherwood, Um Homem Singular conta a história de George Falconer, um professor de inglês de meia-idade destroçado pela morte súbita do amante de longa data. Numa Califórnia suburbana dos anos 1960, George Falconer tenta reaprender a viver, cumprindo os gestos diários e os ritos sociais. E observa-se com o distanciamento de um estranho e com a premência de encontrar em si  alguma coisa reconhecível do seu passado.

 

Com uma clarividência e humor extraordinários, Christopher Isherwood mostra a determinação de George em continuar a viver (e não morrer de saudade de Jim), evocando os prazeres inesperados que a vida apesar de tudo reserva, e a capacidade que temos de superar a perda e a alienação. Um Homem Singular foi recente adaptado ao cinema, no filme homónimo de Tom Ford.

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