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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«Nada há de mais incerto do que uma data, que se quer precisa e definitiva, que determine o "início de atividade" de um escritor. Neste domínio, Vergílio António Ferreira, beirão nascido em Melo, Gouveia, a 28 de janeiro de 1916, não tem direito a exceção. Sabe-se, isso sim, que era estudante da Faculdade de Letras de Coimbra, onde viria a licenciar-se em Filologia Clássica, quando escreveu (1939) o primeiro romance, O Caminho Fica Longe, que só veria publicação quando o autor já exercia funções docentes (1943), profissão que manteria até à reforma.

Com alguma certeza, pode dizer-se que Vergílio Ferreira ainda não arrumara suficientemente as ideias para as sintetizar assim: "O que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu" [Nota: Todas as citações deste texto são repescadas do livro 1000 Frases de Vergílio Ferreira, organização de Luís Naves, edição da Quetzal]. Ou, de um jeito mais sintético: "Escrevo para tornar visível o mistério das coisas."»

 

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Artigo de João Gobern no DN.

«Autor de uma das obras ficcionais mais importantes e singulares do século XX português, mas também notável ensaísta e diarista, Vergílio Ferreira completaria na próxima quinta-feira, dia 28 de Janeiro, cem anos. Pretexto para dois colóquios internacionais, o primeiro organizado pela Universidade de Évora (29 de Fevereiro a 2 de Março), e o segundo pela Faculdade de Letras do Porto e pela Câmara de Gouveia (18 a 21 de Maio), que irão retomar a discussão de uma obra que continua a ser bastante lida, a julgar pelas razoáveis vendas das reedições dos seus títulos, mas que anda um pouco desaparecida desse espaço público no qual o homenageado, que foi também um polemista temível, sempre fez questão de intervir.

A assinalar o dia do centenário, na quinta-feira, a Quetzal, do grupo Porto Editora, lança na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, em Gouveia, terra natal do escritor, reedições de dois romances há muito esgotados: O Caminho Fica Longe (1943), seu livro de estreia, e Rápida, a Sombra (1964). Do primeiro será ainda apresentada uma edição crítico-genética em e-book, organizada por Ana Isabel Turíbio e prefaciada por Helder Godinho, membros da equipa que tem vindo a trabalhar o gigantesco espólio do autor conservado na Biblioteca Nacional (BN). Na mesma sessão, adianta o editor Francisco José Viegas, a Quetzal lançará uma edição digital reunindo os cinco volumes de ensaios Espaço do Invisível.»

 

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Um longo e interessante artigo de Luís Miguel Queirós, no Público, sobre Vergílio Ferreira, um mestre que parece não ter deixado discípulos na literatura portuguesa.

Vergílio Ferreira nasceu em Melo, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, a 28 de janeiro de 1916. Para assinalar o centenário do nascimento de um dos mais importantes escritores portugueses do século XX terão lugar diversas iniciativas nos próximos meses.

 

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A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda, dedica a programação do mês de janeiro ao autor de Aparição, com destaque para a exposição de fotografia “A Guarda em Vergílio Ferreira”, que decorre entre 19 e 31, a conferência “Vergílio Ferreira no século XXI”, que será proferida pelo professor Gabriel Magalhães, da Universidade da Beira Interior, no dia 12, e também uma viagem literária a Melo e Gouveia dirigida por António Dias de Almeida, a realizar no dia 23 de janeiro. (Mais informações no site da BMEL).

 

Nos dias 28, 29 e 30 de janeiro, será inaugurada, em Gouveia, uma exposição em parceria com a Biblioteca Nacional, e serão lançados pelos CTT os selos, postais e carimbos comemorativos do centenário. Também a 28, em Gouveia, a Quetzal apresentará o plano de reedições da obra do escritor.

 

Em fevereiro, no Centro Cultural de Belém, terá início o ciclo “Vergílio Ferreira e Mário Dionísio: Literatura, pensamento e arte”, com coordenação de Maria Alzira Seixo. (Mais informações no site do CCB).

 

No dia 18 do mesmo mês, a sessão do Ler no Chiado, uma iniciativa da revista Ler e das livrarias Bertrand moderada por Anabela Mota Ribeiro, será dedicada ao escritor.

 

Na 17ª edição do encontro Correntes d’Escritas, que decorre de 23 a 27 de fevereiro na Póvoa de Varzim, a Quetzal assinalará igualmente o centenário do nascimento.

 

De 29 de fevereiro a 2 de março, realiza-se na Universidade de Évora um Congresso Internacional de cariz interdisciplinar dedicado à obra de Vergílio Ferreira. (Mais informações no site da UE).

 

Finalmente, o vencedor do Prémio Vergílio Ferreira, que no passado já distinguiu autores como Mário Cláudio, Eduardo Lourenço e Lídia Jorge, será anunciado em Gouveia a 1 de março, data em que se assinalam os 20 anos da morte do escritor.

No ano em que se celebra o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, a Quetzal publicar uma seleção de 1000 frases do escritor.

Vergílio Ferreira é um dos mais completos, cultos e emblemáticos autores do século XX português. A sua obra (distribuída pelo romance, contos, ensaio filosófico e literário, além de nove volumes de diário) faz dele uma voz única na história da nossa literatura e do pensamento europeu de hoje. Estas mil citações de Vergílio Ferreira dão conta da diversidade, riqueza e constante atualidade da sua obra, a par da sua atenção tanto ao humano como ao transcendente e ao invisível das nossas vidas – há sempre uma frase que Vergílio Ferreira já escreveu.

 

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Na mesma data, 15 de janeiro, chegam às livrarias três novas edições de obras de Vergílio Ferreira:

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«Pouco antes de morrer, Saul Bellow perguntou ao seu grande amigo Eugene Goodhead: “Fui um homem ou fui um idiota?”

Estava a dois meses de fazer 90 anos. Era o escritor norte-americano com o maior palmarés de sempre, ganhou o Nobel, venceu três vezes o National Book Award, uma vez o Pulitzer, foi distinguido com a medalha de ouro da Academia Americana de Artes e Letras, mas na hora da morte revelava a insegurança que o ia assolando ao longo da vida. Tinha uma dúvida de carácter e, para Bellow, era o carácter que definia o destino, se tomarmos por verdade fora da ficção o primeiro parágrafo de As Aventuras de Augie March (Quetzal, 2010), o seu romance libertador, aquele onde aos 34 anos descobriu que a linguagem não era uma amarra, mas nela estava antes a libertação do escritor.»

Um artigo de Isabel Lucas, no Público, sobre duas biografias recentes de Saul Bellow, no ano do centenário.

 

sb.JPGBETTMANN/ CORBIS

sbb.jpgAssinala-se em 2015 o centenário do nascimento de Saul Bellow, um dos mais importantes escritores do século XX.

 

Saul Bellow nasceu a 10 de junho de 1915 em Lachine, no Quebec, filho de emigrantes russos. Quando tinha nove anos, a família mudou-se para Chicago, a cidade com a qual a sua obra é mais facilmente identificada. A sua estreia literária ocorreu em 1944, com Dangling Man, mas foi com As Aventuras de Augie March, que venceu o National Book Award, em 1954, que Bellow atingiu o estrelato literário. A partir daí, o reconhecimento da sua obra foi sempre aumentando, tendo culminado com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1976. Em 2000, publicou o seu último romance, Ravelstein. Saul Bellow morreu em 2005.

 

No dia 4 de junho, às 18h30, a Ler no Chiado é dedicada ao escritor norte-americano, e contará com a presença de Helena Vasconcelos, Rui Tavares e Francisco José Viegas. Como habitualmente, a moderação estará a cargo de Anabela Mota Ribeiro. No dia 20 de junho, a Fundação D. Luís I organiza a conferência No Centenário de Saul Bellow: Um Escritor de Fôlego, com a participação dos professores Teresa Alves e Mário Avelar, e da escritora e crítica literária Filipa Melo. A sessão decorrerá no Centro Cultural de Cascais, às 21h30.

 

Até à data, a Quetzal publicou os seguintes livros de Saul Bellow: Morrem Mais de Mágoa, As Aventuras de Augie March, Ravelstein, O Legado de Humboldt e Herzog.

 

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«Amplamente reconhecido como um dos maiores romancistas americanos do pós-guerra, o “legado” do autor de Herzog é um dos mais fascinantes da literatura do século XX. Influenciado pela narrativa existencialista europeia e por Franz Kafka, Bellow foi assim descrito pelo seu amigo e protégé Philip Roth: “As fundações da literatura americana do século XX foram providas por dois escritores – William Faulkner e Saul Bellow. Juntos eles são o Melville, o Hawthorne e o Twain do século XX.” E Christopher Hitchens descreveu-o desta forma: “A ficção e as personagens principais de Bellow refletem a sua ânsia de transcendência, um combate para superar não só as condições de gueto mas também as psicoses do gueto.”»

Nuno Carvalho, no novo Máquina de Escrever.

 

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