A propósito da publicação de Ana de Amsterdam no Brasil, Ana Cássia Rebelo deu uma entrevista à Sábado, na semana passada. Entre outras coisas, explica porque não quer ser escritora a tempo inteiro.
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A propósito da publicação de Ana de Amsterdam no Brasil, Ana Cássia Rebelo deu uma entrevista à Sábado, na semana passada. Entre outras coisas, explica porque não quer ser escritora a tempo inteiro.
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O livro de Ana Cássia Rebelo, Ana de Amsterdam, vai ser publicado no Brasil pela prestigiada Biblioteca Azul. Clique na imagem da capa e veja o vídeo em que a editora Ana Lima Cecílio fala sobre o livro. "Ana Lima Cecílio fala sobre [...] uma antologia de textos do blog que Ana Cássia mantém desde 2006. Os textos tratam do cotidiano da portuguesa, abordando temas como depressão, filhos, trabalho e solidão. Ela é uma das revelações no panorama editorial português e se aproxima de vozes como Elena Ferrante, Sylvia Plath e Alice Munro."
«Ana de Amsterdam (o título vem de uma canção de Chico Buarque) é sem dúvida um dos melhores blogues portugueses. Um diário íntimo honesto, ousado, impiedoso, excepcionalmente bem escrito. E que dialoga com aquela figura, em geral pouco estimada, da mulher que assume as suas frustrações, na linha de Irene Lisboa, Maria Judite Carvalho ou Maria Ondina Braga. […] Quase uma década de textos muitíssimo literários na maturidade narrativa e na eloquência descritiva, mas totalmente hostis à literatura enquanto modalidade de bons sentimentos. Porque esta Ana, como a da canção, é a Ana dos braços, das bocas, do lixo, dos bichos, do cabo, do raso, do rabo, dos ratos.»
Pedro Mexia, Expresso
Entrevista de Ana Cássia Rebelo ao Diário Digital:
Estou a entrevistar uma escritora ou uma blogger?
Tenho dificuldade em responder a essa pergunta. O que faço é escrever num blogue. Por enquanto, é o sítio onde me sinto confortável a escrever. Tenho sempre a tentação de publicar no blogue todos os textos que escrevo e a pretensão de que estes tenham um cunho literário. É consciente e assumido. A linguagem dos blogues é efémera, mesmo que depois se façam colectâneas de textos. Eu quero que os meus textos permaneçam. Continuo a ter muito desconforto a identificar-me como escritora. A literatura é importante na minha vida. Tenho um amor profundo a alguns escritores. Sinto-me ainda muito de fora, sobretudo leitora.
No livro e no blogue tiveste a pretensão de reavaliar o papel da mulher na maternidade e no sexo?
Não. Eu não quero ser voz de ninguém. Escrevo sobre mim e nisso sou narcísica. Os textos do blogue são confessionais. Nunca tive a pretensão de estar ali a reflectir o papel da mulher na sociedade portuguesa. No entanto, a verdade é que os ecos que tenho tido de quem se aproxima de mim são de quem passou pelo mesmo. Acontece muito as pessoas dizerem: “ leio os teus textos e parece que são sobre mim.” Há essa identificação, mas não fiz nada conscientemente para que isso acontecesse.
Ler a entrevista completa aqui.
Chico Buarque prepara-se para ler Ana de Amsterdam, de Ana Cássia Rebelo.
(Na edição de 28 de maio, da Sábado.)
«Contra a corrente da guerrilha partidária, Ana Cássia Rebelo (n. 1972) impôs à blogosfera uma persona desprovida de cautelas, Ana de Amsterdam. O blogue ressurge em forma de livro, prefaciado por João Pedro George, responsável pela selecção dos textos. Fica exarado: «uma grande escritora, uma radiação nova na literatura portuguesa.» Parece exagero, mas não é.»
Eduardo Pitta, Sábado
«A força do livro desta mãe coragem, alentejana e goesa na ascendência, lisboeta por adopção, vem da literatura moída. Ana Cássia Rebelo é uma leitora voraz – ler é a última actividade do dia e talvez seja a primeira da manhã – que, por acaso, quando lhe apetece, resolve partilhar a solidão dos seus pensamentos onde essa literatura já se fundiu com a realidade e flui livre sem qualquer tipo de filtro nas mãos que encontra pelo caminho. Apertem o cinto!»
Rui Lagartinho, Time Out
Os nossos leitores podem ler as primeiras páginas (incluem o prefácio de João Pedro George) do livro de estreia de Ana Cássia Rebelo, Ana de Amsterdam. O livro chega esta sexta-feira às livrarias.
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