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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

A Revista Ler está nas bancas desde sexta-feira. Encontre os livros da Quetzal nos textos de Filipa Melo sobre James Wood  «Como se pode atirar a pequena traineira do comentário às altas ondas da ficção? No caso de Wood, tanto pelo elogio como pelo exame agudo, usando metáforas ou hipérboles, mas sendo sempre meticuloso na leitura e análise dos textos e pródigo nas citações e erudição literário»; na coluna dos Booktailors, assinada por Paulo Ferreira, dedicada à onda anti-bolaño; no texto de Rui Bebiano sobre Um Jantar a Mais, de Ismaïl Kadaré e de Bruno Vieira Amaral. sobre Zeitoun, onde diz que «a matéria-prima é excelente, mas é a mestria narrativa que faz de Zeitoun uma obra extraordinária».

«No meio da cacofonia mediática nem sempre é fácil perceber que a maior parte das criaturas que se pavoneiam como aves-do-paraíso não passam de frangos de aviário trasvestidos de Carmen Miranda, mas o livro de James Wood dá uma ajuda a afastar as plumas falsas.»

 

José Carlos Fernandes sobre A Mecânica da Ficção, de James Wood, na Time Out Lisboa desta semana.

 

Hoje, no Ípsilon, um artigo de José Riço Direitinho sobre James Wood, a propósito de A Mecânica da Ficção.

 

«Nos seus textos, Wood coloca ao leitor perguntas teóricas, mas apresenta respostas práticas. Questões como "o que é uma metáfora bem sucedida", "o que é uma personagem", como é que o escritor faz para lhe soprar a "vida" (assemelhado-se nisso a Deus) ou porque é que a ficção nos consegue comover são respondidas com múltiplos exemplos práticos que o crítico vai buscar ao seu imenso manancial de leituras, que vai desde os clássicos gregos e da Bílblia até Saramago ou os mais recentes David Foster Wallace e Philip Roth.»

«Os romancistas devem agradecer a Flaubert, da mesma forma que os poetas agradecem à Primavera: tudo começa de novo com ele. Podemos realmente falar de um tempo antes de Flaubert e de um tempo depois deçe. Flaubert estabeleceu decisivamente aquilo que grande parte dos escritores vêem como a moderna narração realista, e a sua influência é quase demasiado familiar para ser visível. Quase nunca elogiamos a boa prosa quando esta favorece o detalhe brilhante e revelador; quando priveligia um alto nível de registo visual; quando matém uma pose não sentimental e sabe quando se abster, com um bom valete, de fazer comentários supérfluos; quando busca a verdade, mesmo sob o perigo que nos repelir; e quando as impressões digitais do autor sobre tudo isto são, paradoxalmente, identificáveis, ams invisíveis. Conseguimos encontrar alguns destes factores em Defoe, Austen ou Balzac, mas todos eles só em Flaubert.»


De A Mecânica da Ficção, de James Wood, traduzido por Rogério Casanova.

 

A Mecânica da Ficção é um estudo brilhante sobre os elementos principais da ficção, tais como a narrativa, o detalhe, a caracterização, o diálogo, realismo e estilo. Um dos mais proeminentes críticos dos nossos tempos disseca os mecanismos da narração e coloca uma série de questões fundamentais: o que queremos dizer quando dizemos que conhecemos uma personagem ficional? Quando é que uma metáfora é bem conseguida? Será que o Realismo é realista? E por que é que tantas vezes os desfechos dos romances são uma desilusão?

De Homero a Beatrix Potter, da Bíblia a John le Carré, A Mecânica da Ficção estuda as técnicas ficcionais, enquanto constitui também uma história alternativa do romance. Um livro lúdico e profundo.


A Mecânica da Ficção, de James Wood

série textos breves

Tradução de Rogério Casanova

Saul Bellow e James Joyce

 

«A tensão entre o estilo do autor e o estilo das suas personagens atinge um estado crítico quando três elementos coincidem: quando o autor é um estilista exímio, como Bellow ou Joyce; quando esse estilista se compromete a seguir as percepções e reflexões das suas personagens (um compromisso normalmente organizado pelo estilo indirecto livre, ou pela sua descendente, a corrente de consciência); e quando um estilista tem um interesse especial na representação de detalhe.

Estilo; estilo indirecto livre; e detalhe: acabei de descrever Flaubert, cuja obra inaugura e tenta resolver esta tensão, e que é realmente o seu fundador.»

James Wood, em A Mecânica da Ficção, traduzido por Rogério Casanova.

 

Gustav Flaubert

«A grande utilidade do estilo indirecto livre é que, no nosso exemplo, uma palavra como "estúpidas" pertence, de uma certa maneira tanto ao autor como à personagem; não temos a certeza absoluta sobre quem é "dono" da palavra. Poderá a palavra "estúpidas" reflectir uma certa aspereza ou superioridade por parte do autor? Ou pertencerá a palavra totalmente à personagem - cedida pelo autor, num acesso de simpatia, ao sujeito lacrimejante.»

 

De A Mecânica da Ficção, de James Wood, traduzido por Rogério Casanova. Nas livrarias a 23 de Abril.

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