Em O Outro Lado do Paraíso, Paul Theroux navega entre memória e desejo, esperança e desespero, salvação e condenação. Um emocionante regresso a um terreno sobre o qual ninguém escreveu com tanto brilhantismo como Theroux. Leia no Ípsilon a recensão de Helena Vasconcelos.
«Resta dizer que, apesar de todas as tropelias e misérias a que expõe o seu “cavaleiro de triste figura” no bojo tenebroso do continente negro, o grande escritor que é Paul Theroux não consegue camuflar o seu amor por África. Mesmo que já não haja heróis, mesmo que o rico e condescendentemente generoso “homem branco” seja agora um espantalho derrotado, mesmo que já não haja escolas ou hospitais para construir, mesmo que, como Gala diz a Hock, “primeiro tiram-te o dinheiro, depois comem-te vivo”, mesmo que a arcádia imaginada se tenha convertido num inferno de violência, de doença e de cupidez, mesmo assim Theroux guia o seu próprio Virgílio e, tal como Dante (citado em epígrafe), percorre os ciclos do Inferno, do Purgatório e do Paraíso e ensaia sempre uma redenção.»