Escreve onde?
Vou para hotéis. Com o Ladrão de Fogo fui para um hotel no Norte, estive lá fechado três ou quatro dias, e acabei-o - nem sei o que está lá escrito. A familiaridade, o hábito impedem a criação. Tenho de estar num sítio que é meu mas não é meu. Como se fosse uma metáfora da vida: uma passagem - nada me pertence num hotel.
Na edição de ontem da Sábado, Pedro Paixão dá uma envolvente entrevista de vida onde fala de bipolaridade, de amizade e criatividade. Em mise-en-abîme, na fotografia que ilustra esta conversa de leitura viciante vemos uma fotografia no lugar da pauta do piano onde Pedro improvisa: a fotografia da capa de O Mundo É Tudo o que Acontece, publicado pela Quetzal no final de 2008.