«E se juntarmos duas coisas que antes nunca estiveram juntas? Cada um dos três ensaios que compõem o mais recente livro do inglês Julian Barnes (Leicester, 1946) arranca com esta premissa. Cruzando memória, história, biografia e uma meditação sobre a perda, o luto, a solidão e a relação com os outros quando é brutal e necessário erguer um novo paradigma pessoal, o escritor volta a desafiar as fronteiras que separam géneros literários para exorcizar a própria dor. No caso, a que se seguiu à morte da sua mulher, a agente literária Pat Kavanagh, com quem Barnes viveu durante 30 anos e que morreu vítima de cancro em 2008. “Choro-a descomplicada e absolutamente”, escreve no terceiro ensaio, A Perda de Profundidade, construído num tom autobiográfico em que a contenção e o não-dito assumem um lugar tão ou mais preponderante do que as revelações.» (4 Estrelas).
Isabel Lucas, Ípsilon