«Na base desta obra, é legítimo pressupor um projecto não simplesmente literário, mas cultural. Este poeta descende de uma linhagem ilustre, que, por sua vez, se inscreve no xadrez da História e das artes, e que cruza os diversos elementos em jogo nessa dinâmica. Pelo que são eixos desta poesia a relação entre vida e arte, as vicissitudes do tempo e o lugar do sujeito como agente da sua obra e biografia. V.G.M. é, acima de tudo, um humanista em pleno século XXI, autor de um classicismo improvável num contexto sobretudo hostil à elevação de padrões culturais. Por outro lado, a sua postura, vincadamente anti-romântica, deliberadamente desprendida, que tende a anular a encenação e o dramatismo tão associados aos bastidores da escrita, é, ao mesmo tempo, estimulante para quem lê, e reveladora para quem queira perceber a sua obra e o seu posicionamento enquanto poeta.»
Hugo Pinto Santos, Time Out