“Para Wood, os grandes escritores são aqueles – como Tchéckhov, Gógol, Jane Austen, Melville, Thomas Mann – que melhor souberam explorar essa tensão entre os dois sistemas e aceitar as contradições e intermitência s de qualquer fé. Da mesma maneira, as maiores dores de aversão crítica são reservadas para as ficções (quase todas contemporâneas) que criam realidades autónomas sem o devido cuidado de calibrar a sua plausibilidade. Ao investir contra as várias deturpações do realismo – do «mágico» ao «histérico» – o crítico inglês está no fundo a denunciar os escritores que desvalorizam o «real», exigindo ao leitor um ripo de crença demasiado próximo da religião.”
Crítica de Rogério Casanova, que traduziu A Mecânica da Ficção, na revista Ler deste mês