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Ao escrever que um viajante é um estranho, Paul Theroux está estabelecer a mesma distinção que um outro escritor de renome, também americano, já há muito propôs: a distinção entre o viajante e o turista.
«A Arte da Viagem» é um livro sobre viajantes. E é também uma espécie de breve iniciação à literatura de viagens. Em traços rápidos, Paul Theroux dá-nos uma pequena enciclopédia de autores, citações e situações emblemáticas em curtos capítulos onde tanto se encontram relatados 'os prazeres dos caminhos-de-ferro' ou 'a viagem como provação' como nos deparamos com 'medos, neuroses e outras situações' ou os 'prazeres perversos do inóspito'.
Tudo servido com doses generosas de passagens de livros clássicos, episódios da vida de alguns grandes autores ou histórias pessoais do próprio Paul Theroux.
«A Arte da Viagem» é, assim, uma interessante introdução a um género que, diz o autor, é o mais antigo do mundo.
E Paul Theroux ainda nos oferece os dez mandamentos com aquilo a que chama «o essencial da viagem: 1. Sair de casa; 2. Ir sozinho; 3. Viajar leve; 4. Levar um mapa; 5. Ir por terra; 6. Atravessar a pé uma fronteira nacional; 7. Fazer um diário; 8. Ler um romance que não esteja relacionado com o local em que se está; 9. Se tiver de levar um telemóvel, evitar usá-lo; 10. Fazer um amigo».