No final dos anos 1930, após se ter instalado em Los Angeles, Christopher Isherwood desenvolveu o seu interesse pelas filosofias orientais. Dedicou-se à tradução de textos hindus e à investigação da vida de místicos indianos. Enquanto isto, gradualmente, aspetos dessa aproximação eram trabalhados na sua escrita ficcional – exemplo disso é Encontro à Beira-Rio, nas livrarias a 27 de janeiro, uma história de dois irmãos britânicos que, justamente, personificam os anseios espirituais e sexuais do próprio Isherwood.
Christopher Isherwood nasceu em Cheshire em 1904. Começou a escrever nos tempos da faculdade e a sua prolífica obra desenvolveu-se em vários géneros: romance, conto, relato de viagem e teatro. Mudou-se ainda jovem para Berlim, onde se sustentava ensinando inglês. Na Alemanha, assistiu de perto à ascensão de Hitler, e alguns dos seus romances refletem essa experiência - por exemplo Adeus a Berlim (publicado pela Quetzal em 2011). No fim dos anos 1930, viajou pela China com W.H. Auden, após o que se radicou nos EUA. Aí, nos anos 1960, durante uma fase crítica da relação com Don Bachardy – o homem com quem viveu mais de vinte anos –, Christopher Isherwood escreveu Um Homem Singular, com que a Quetzal iniciou a publicação das suas obras. A estes junta-se agora Encontro à Beira-Rio, um romance em que se destacam dois importantes temas da sua obra nesta fase: as filosofias orientais e a homossexualidade. Christopher Isherwood morreu em Janeiro de 1986.