"Theroux deixa a charada "policial" elanguescer, entretendo-se a criar personagens como um patologista indiano correctíssimo, uma jovem estudante e bailarina agarrada às tradições do seu país - mas desejosa de lhes fugir - e um adido consular que conhece toda a gente e que até arranja um encontro de Delfont com um escritor chamado... Paul Theroux. A história (cómica) vai-se tornando cada vez mais negra enquanto o pobre Jerry, estafado com tanto sexo, descobre que a senhora Unger - o estereótipo da ocidental que deseja tornar-se "nativa", com os seus saris, as suas tatuagens de henna, a sua aculturação religiosa e social - é adepta de Kali, a deusa que reclama sacrifícios sangrentos."
Helena Vasconcelos, no Ípsilon, sobre Mão Morta, Um Crime em Calcutá, de Paul Theroux