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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

A Arte de Caminhar. Um Passo de Cada Vez tem a ver com olharmos para nós próprios, com amarmos a Terra e permitirmos que o nosso corpo viaje à mesma velocidade da nossa alma. Se nos deslocarmos demasiado depressa não poderemos acompanhar a nossa passada interior. Aquele que caminha é mais saudável, vive mais tempo, tem melhor memória, maior criatividade, tensão arterial mais baixa, menos padecimentos físicos - é, sobretudo, mais feliz. Além de que desgasta menos o planeta Terra. 

Muito na senda de O Silêncio na Era do Ruído, o norueguês Erling Kagge explora a caminhada, prática que ganhou relevância nos tempos recentes, deixando de ser apenas uma atividade desportiva para se tornar uma atitude mais abrangente e rica perante a vida: um modo de reencontrarmos a nossa verdadeira essência – a de exploradores atentos e conscientes de nós próprios e do que nos rodeia.

Neste livro, Onésimo Teotónio Almeida presta especial atenção aos séculos XV e XVI, afastando-se de qualquer perspectiva nacionalista, na qual alguns historiadores portugueses incorrem, ora pecando por excesso, ao exagerarem as nossas pretensões em matéria de ciência, ora por defeito ao ignorarem o papel que de facto tivemos. Ao mesmo tempo, tenta corrigir a historiografia anglo-americana que não prestou a devida atenção ao ocorrido em Portugal nesse período. Com efeito, durante o final da Idade Média foram surgindo em Portugal sinais de um inovador interesse pela natureza e pelo conhecimento empírico dela, assim liderando um dos grandes momentos de viragem na História da Ciência. Este livro é uma revisitação dos anos de ouro da história portuguesa: O Século dos Prodígios é a revelação de como no nosso país, durante o chamado período da Expansão, surgiu e cresceu um núcleo duro de pensamento e trabalho científico verdadeiramente pioneiro, sem o qual as viagens desses séculos teriam sido impossíveis.

 

Onésimo Teotónio de Almeida na Quetzal:

 

 

 

 

O Solilóquio do Rei Leopoldo é um pequeno livro publicado em 1905 por Mark Twain. Trata-se de um texto de sátira política, um monólogo do rei Leopoldo II, da Bélgica, que discursa para se defender das acusações de atrocidades cometidas entre 1885 e 1908 no chamado «Estado Livre do Congo», um grande território cuja administração foi exercida pessoalmente pelo rei belga – e não pela Coroa ou pelo Estado. Leopoldo II submeteu a população local a condições de vida e de trabalho degradantes e a uma repressão violenta e desumana, com o objetivo de aumentar os lucros da extração de diamantes, borracha e marfim. A partir de 1900 começaram a surgir denúncias sobre os crimes e o horror vividos no Estado Livre do Congo – e em 1899 é publicado O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, um retrato desse universo pavoroso.

Em 1904, Roger Casement (a personagem de O Sonho do Celta, de Mario Vargas Llosa), cônsul britânico no Congo, elabora um relatório sobre as atrocidades e a desumanidade da administração do rei Leopoldo - que levaria o Parlamento belga a anexar o território, retirando-o ao rei. E, nos Estados Unidos da América, Mark Twain associa-se a uma campanha internacional contra Leopoldo II. Por isso, o seu texto não é apenas um panfleto político: é também uma denúncia vigorosa, sarcástica e burlesca do colonialismo e do racismo.

 

Prefácio de António Araújo | Tradução de Salvato Telles de Menezes

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É ja nesta segunda-feira, 15 (às 18h30) que se realiza a sessão de lançamento de A Puxar ao Sentimento, o livro de inéditos de Vasco Graça Moura — no CCB, Sala Luís Freitas Branco, com apresentação de Rui Vieira Nery e ainda dois fados de VGM interpretados por Kátia Guerreiro.

Oiça «Até ao Fim», com Kátia Guerreiro. Maravilhoso.

A frustração de Jorge Luis Borges (1899-1986) e dos seus admiradores, por nunca ter obtido o Nobel da Literatura, terminou hoje com a atribuição simbólica do prémio ao autor argentino, por um Comité Internacional de Escritores, em Buenos Aires.

«Não podendo sob qualquer pretexto permitir que este ano o Prémio seja declarado deserto por irresponsabilidade dos académicos que nos antecederam, um Comité Internacional de Escritores (CIE) assume a responsabilidade de entregar o Prémio Nobel da Literatura 2018 a Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedro», leu o poeta e ator Esteban Feune de Colombi, disfarçado de «académico sueco».

O artista argentino fez o anúncio hoje à noite, durante a inauguração do Festival Internacional de Literatura de Buenos Aires (FILBA), numa resposta ao adiamento da atribuição do prémio, este ano, pela Academia Sueca, na sequência do escândalo de abusos sexuais e de fugas de informação, que levaram à demissão de sete membros do comité e à necessidade da sua reestruturação.

«O importante era o gesto, conseguir transmitir este gesto, de atribuir, mesmo que simbolicamente, o Nobel da Literatura ao autor de Aleph, e o desafio era concretizá-lo», disse Feune de Colombi.

«Se calhar ocorreu a muitos uma ou outra vez [fazê-lo], e o importante era conseguir concretizar a ideia e depois soltar esse gesto num evento literário», explicou o porta-voz do CIE.

Composto por representantes de França, Reino Unido, Espanha, Egipto, Argentina, Brasil, Uruguai, México e Venezuela, o CIE reuniu uma dezena de membros, como a autora francesa especialista em arte Catherine Millet, fundadora da Art Press, o escritor Irvine Welsh , o filósofo espanhol Fernando Savater e o autor de Livrarias Jorge Carrión, o argentino Alberto Manguel, o vencedor do Prémio Gouncourt Mathias Énard, o brasileiro João Paulo Cuenca, a mexicana Cristina Rivera Garza e o venezuelano Leo Felipe Campos.

Ver aqui e aqui — e também aqui.

 

Algumas das edições de Jorge Luis Borges na Quetzal:

  

  

  

Eduardo Pitta, na Sábado: «O penúltimo romance de Rachel Cusk (n. 1967), Trânsito, corresponde ao livro do meio da trilogia Outline, a história de uma escritora divorciada decidida a reformar uma casa em ruínas. A casa existe. Os amantes de parábolas têm aqui o relato escarolado do que seja reconstruir uma vida reduzida a cacos. A prosa irrepreensível de Cusk transfigura o quotidiano no tipo de narrativa que prende o leitor da primeira à última página. A acção decorre em Londres, numa zona isenta de glamour. A intriga salta com naturalidade de cenas da vida doméstica para reflexões sobre cães, formação de adolescentes, idiossincrasias literárias, responsabilidade social, trabalho precário, gentrificação, imigrantes, multiculturalismo, conjugalidade: "Não era propriamente a primeira vez que presenciara a homossexualidade: era a primeira vez que tinha presenciado amor." O fluxo da consciência nunca derrapa. Trânsito respeita a arquitectura da trilogia, mas tem vida própria.»

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