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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

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Na vida de um editor há momentos especiais – um deles é quando certo livro chega «da gráfica». Há o cheiro do papel impresso (desculpem, ó fanáticos do digital), a sombra, a textura, a cor (já viram este azul?), a espessura, o modo como as folhas passam entre os dedos. Este é um dos primeiros exemplares do IV Volume da Bíblia, na magnífica tradução de Frederico Lourenço – apenas o primeiro tomo (o segundo será publicado no próximo ano), com os livros de Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, Job, Sabedoria e Eclesiástico. E a vantagem de ser editor é que podemos passear com o livro antes de ele chegar às livrarias, despertando a inveja dos outros. Só essa vantagem bastaria, mas o facto de se tratar de mais um volume da grande aventura em que partimos com Frederico Lourenço já é um valor acrescentado. Bom dia a todos, sofram mais um pouco enquanto esta coisa maravilhosa não chega às livrarias. F.J.V.

No momento em que a Quetzal publica o Solilóquio do Rei Leopoldo (tradução de Salvato Telles de Menezes e prefácio de António Araújo), uma denúncia amarga do racismo e da violênca no antigo Estado Livre do Congo, Daniel Karlin, no Times Literary Supplement sobre a dificuldade de ler a complexidade de Twain: «Mark Twain continues to bedevil the academy, if not the reading public. Like Kipling, he has been by turns reviled and revered, often for the wrong reasons; like Kipling he has been saddled with “representing” his nation, or race, or “period”, and ridden up and down this sterile track until it seems kinder to shoot him, or at least be shot of him.»

Isabel Lucas escreve no Público sobre A Praia de Manhattan — e encontra-se em Nova Iorque com Jennifer Egan: «“Parece que todas as ruas de Nova Iorque levam a Melville.” Jennifer Egan segura uma caneca entre as mãos. Acabou de trincar um biscoito e acomoda-se na poltrona junto à janela. Vai bebendo chá, e o corpo, alto e esguio, forma um N no cadeirão, muito gasto, junto à janela. Parece retirado de uma mansão vitoriana e contrasta com as leggings e os ténis de corrida que a escritora tem calçados. Lá fora cai uma morrinha de fim de Abril. Ainda fria. É naquele espaço atulhado de papéis que lê e escreve. Fica no último andar de uma town house numa rua tranquila de Clinton Hill, casas de três ou quatro pisos, da mesma época, janelas altas e um pequeno pátio com floreiras onde há tulipas a abrir. É um bairro de classe média-alta. Perto de restaurantes, pequenas mercearias, jardins, estações de metro. A gata Cuddles aparece e instala-se no topo da poltrona, colando o focinho ao vidro. Veio para ficar. Se seguíssemos os olhos de Cuddles, talvez um quilómetro e meio em linha recta, chegaríamos aos estaleiros navais de Brooklyn, e à água. O que Jennifer Egan também queria dizer com a frase inicial é que parece que todas as ruas de Nova Iorque levam ao mar.»

Texto completo aqui.

Jennifer Egan, a autora de A Praia de Manhattan, explica porque é que o PEN vai processar Donald Trump: «On Tuesday, PEN America, of which I am president, filed suit against President Trump for using his presidential powers to attempt to silence and punish journalists and news outlets whose coverage displeases him. [...] We believe (along with our legal representatives, Protect Democracy and the Yale Law School Media Freedom and Information Clinic) that President Trump’s threats and punitive actions infringe upon the First Amendment Rights of our members. Worse, they imperil our free press—one of the cornerstones of a healthy democracy.»

Texto completo aqui.

«HÁ UMA LIGAÇÃO SECRETA entre a lentidão e a memória, entre a velocidade e o esquecimento», escreve Milan Kundera, no seu romance A Lentidão. Ao ler esta frase, identifico-me com o seu texto. Kundera descreve um homem que caminha por uma rua, tentando lembrar-se de algo que esqueceu. Nesse momento, diminui automaticamente a velocidade. Um outro homem, que está a tentar esquecer-se de uma experiência desagradável que acabou de ter, faz precisamente o oposto, aumenta o ritmo da sua passada sem pensar duas vezes, como se quisesse fugir daquilo que acabou de sentir.» Erling Kagge.

Também na Quetzal: O Silêncio na Era do Ruído.

«TUDO SE MOVE MAIS DEVAGAR quando caminho, o mundo torna-se mais suave e, durante um curto espaço de tempo, não me encontro a realizar tarefas domésticas, nem numa reunião, nem a ler manuscritos. Um homem livre tem tempo. As reuniões, as expectativas e os estados de espírito da família, colegas e amigos, tudo isso deixa de ter importância durante alguns minutos ou algumas horas. Ao caminhar, torno-me o centro da minha própria vida, mas mas pouco depois esqueço-me completamente de mim.» Erling Kagge

Também na Quetzal: O Silêncio na Era do Ruído.

José Mário Silva no Expresso sobre Roberto Bolaño:

«Ao contrário do que sucede com outros ficcionistas, os inéditos póstumos de Bolaño nunca são acontecimentos menores ou marginais. Na verdade, emergem de uma torrente criativa extraordinária (materializada em milhares de páginas) que só não nos esmagou mais cedo devido aos condicionalismos do mundo editorial, incapaz de dar vazão a tanta verve. Além do gargantuesco 2666, essa obra-prima crepuscular, foram trazidos sucessivamente à luz volumes de textos aparentemente díspares mas que remetem, na maior parte dos casos, para situações e personagens de obras anteriores, funcionando assim como peças perdidas de um puzzle — a grande visão bolañiana do mundo — que nunca deixou de se expandir, em círculos cada vez mais amplos, e por isso estava destinado à incompletude.

Volta a ser o caso com este Sepulcros de Cowboys, composto por três narrativas resgatadas pela viúva de Bolaño, Carolina Hernández, no disco duro do computador da família e em disquetes.»

Texto completo aqui.

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