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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

Bicha frente capa.jpg

É já esta semana, dia 8, sexta-feira, que sai para as livrarias o novo título de William S. Burroughs no catálogo da Quetzal. Nele, tudo em  é desconcertante. É implacavelmente pessoal, mas também deslumbrantemente político, uma narrativa de aspeto realista que irrompe nas mais fantásticas fantasias, incluindo matérias de tom tão indeterminado que é difícil saber se havemos de desatar aos uivos de riso ou de consternação. Peça genuinamente esquisita, é ao mesmo tempo um livro de revelações e um texto insondável, um texto prematuro constrangedoramente autobiográfico que Burroughs abandonou incompleto, e um segredo que manteve oculto durante três décadas, simultaneamente um trabalho falhado e uma antecipação das coisas que estavam para vir.

 

 

«Um exemplo de elegância? Obama ou a minha namorada» — é uma das respostas do autor ao inquérito de verão da Quetzal. José Eduardo Agualusa, recentemente finalista do Man Booker Prize 2016, nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. É jornalista. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim.  Os seus livros mais recentes publicados pela Quetzal são A Vida no Céu (2013), Um Estranho em Goa (2013), A Rainha Ginga (2014) e O Livro dos Camaleões (2015). Vive, como habitualmente, entre Lisboa, o Rio de Janeiro e Luanda. Escreve crónicas semanais para o diário O Globo, do Rio — e está a terminar o seu novo romance, que a Quetzal publicará ainda este ano.

 

 

 

 

AS PERGUNTAS E AS RESPOSTAS: 

 

Um exemplo de beleza.

A minha namorada.

 

Um exemplo de elegância.

Obama, ou a minha namorada.

 

Um exemplo de fealdade.

Trump.

 

A música que nunca lhe sai da cabeça.

‘Muxima’.

 

O lugar ideal para passar férias.

Não sei bem, acho que nunca fiz férias. Ou então estou sempre em ferias.

 

Qual foi o primeiro livro que leu? O que se lembra dele?

Não faço a menor ideia.

 

Que livro o obrigaram a ler na escola que achou insuportável?

Um manual de pedologia (estudo dos solos).

 

Qual é obra que releu mais vezes? Porquê?

Provavelmente ‘Os Maias’. Porque gosto.

 

Vai parar a uma ilha deserta e encontra o pior livro imaginável. Como se chama?

Manual de Pedologia das Ilhas Desertas.

 

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Esta fotografia de um Quetzal foi obtida por Carol Sue © na Costa Rica, em Monteverde – na Reserva Biológica Bosque Nuboso. É o nosso quetzal para esta sexta-feira – bom fim-de-semana e boas leituras!

Entretanto, ficam aqui algumas fotografias desta reserva natural, onde o quetzal voa pelas montanhas.

monteverde-cloud-forest-reserve-suspense-bridge.jp clouds-canopy-bridge-monteverde-costa-rica-500x375

 

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Álvaro Laborinho Lúcio, mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e magistrado de carreira, é juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. De Janeiro de 1990 a Abril de 1996 exerceu, sucessivamente, as funções de secretário de Estado da Administração Judiciária, Ministro da Justiça e deputado à Assembleia da República. Entre Março de 2003 e Março de 2006, ocupou o cargo de ministro da República para a Região Autónoma dos Açores. Com intensa actividade cívica, é membro dirigente de várias associações, entre as quais se destacam a APAV e a CRESCER-SER, das quais é sócio fundador. Com artigos publicados e inúmeras palestras proferidas sobre temas ligados, entre outros, à justiça, ao direito, à educação, aos direitos humanos e à cidadania em geral, é autor de livros como A Justiça e os Justos, Palácio da Justiça, Educação, Arte e Cidadania, O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça – e, em co-autoria, Levante-se o Véu. Agraciado pelo rei de Espanha com a Grã-Cruz da Ordem de São Raimundo de Peñaforte, e pelo presidente da República Portuguesa com a Grã- Cruz da Ordem de Cristo, é membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, exercendo, actualmente, as funções de presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho.

O seu primeiro romance, O Chamador, foi publicado pela Quetzal em 2014. Em setembro próximo sai o segundo.

 

 

AS PERGUNTAS E AS RESPOSTAS:

 

 

Um exemplo de beleza:

A minha mãe.

 

Um exemplo de elegância:

Erasmo de Roterdão.

 

Um exemplo de fealdade:

Adolf Hitler

 

A música que nunca lhe sai da cabeça:

Não uso a cabeça para prender o que quer que seja.

 

O lugar ideal para passar férias:

Quando encontrar, direi.

 

Qual foi o primeiro livro que leu? O que se lembra dele?

Só me lembro de que o livro tinha um título que incluía um Agapito. Não me lembro de mais coisa nenhuma.

 

Que livro o obrigaram a ler na escola que achou insuportável?

O Auto da Alma, de Gil Vicente. Mais tarde arrependi-me.

 

Qual é obra que releu mais vezes? Porquê?

Nunca reli completamente nenhuma obra. Volto a algumas, mas para reler apenas partes.

 

Vai parar a uma ilha deserta e encontra o pior livro imaginável. Como se chama?

Cem Anos de Solidão.

 

Qual é o melhor local para ler? E o pior?

Um qualquer. O pior, nenhum.

 

A bebida ideal para acompanhar uma boa leitura?

Depende da leitura.

 

Costuma sublinhar livros ou escrever neles ou é daqueles que os mantém imaculados?

Sublinho e escrevo. Que mais não seja para os não manter imaculados.

 

Usa um marcador ou dobra as páginas?

Uso marcador. Quando não há, decoro a página. Quando me esqueço, arrependo-me de não a ter dobrado.

 

Em miúdo, sonhou em ser igual a que personagem literária? Porquê?

Ao Sandokan. Porque era um herói justo. Pelo menos, parecia-me.

 

De que livro tirava o seu epitáfio, porquê?

De um livro meu. Para ter a certeza de que o meu epitáfio não valeria mais do que eu. 

 

Um filme que gostaria de rever sempre.

Casablanca.

MArgarida.jpg

 Eu devia este texto aos nossos leitores, aos nossos colaboradores – e, naturalmente, à Margarida Ferra, que trabalhou connosco, ininterruptamente, desde 2008. Na Quetzal assumiu desde o princípio a tarefa de divulgar os nossos livros – e mais tarde, quando era já a responsável pela comunicação global do Grupo BertrandCírculo (no qual se integra a Quetzal), nós sabíamos que a Quetzal estava no seu coração, tal como acredito que ainda esteja neste momento.

Porém, a Margarida Ferra não era apenas a responsável pela nossa imagem e pela divulgação dos nossos livros (só isso, uma tarefa de primeira): era uma magnífica leitora, uma companheira dedicada e amável, uma intuição perfeita e, além disso, uma poeta de excepção (deixem-me manter o p nesta exceção), autora de dois livros belíssimos, Curso Intensivo de Jardinagem e Sorte de Principiante, ambos publicados na editora & Etc pela mão de Vítor Silva Tavares (só isso já é uma distinção).

Todos nós, creio eu – falo em nome de autores, editores, livreiros, todos os que trabalhamos os livros da Quetzal –, tínhamos pela Margarida um enorme afecto e ela merecia-o: em todos os momentos, sabíamos que «o voo do Quetzal» estava em boas mãos. A sua dedicação foi permanente. Nunca o esqueceremos.

A Margarida foi trabalhar agora para a Casa Fernando Pessoa, onde será responsável pela área de comunicação & imprensa. Como conheço aquela Casa (vim de lá para a Quetzal em 2008, justamente), sei que a Margarida fará o seu melhor, como sempre, e que a Casa a receberá bem, como ela merece.

Em termos pessoais, a saída da Margarida foi uma perda. De uma amiga de quem deixei de estar próximo todos os dias; de uma pessoa que entendia o mapa de voo da Quetzal sem ser necessário «dizer tudo»; de uma leitora atenta; de um olhar especial sobre os nossos livros. E uma perda é uma perda é uma perda é uma perda, e não há nada a fazer. Obrigado, Margarida.

Francisco José Viegas

 

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