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Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.
É com muito orgulho que anunciamos que «As Primeiras Coisas», de Bruno Vieira Amaral, é o vencedor do Prémio Literário José Saramago 2015.
«Para o protagonista de Todos os Dias São Bons Para Roubar, enquanto circula por Lagos, é como se a cidade fosse uma janela para uma parte de si mesmo, simultaneamente próxima e estranha. Quinze anos antes, partiu para os EUA, onde estudou psiquiatria, e agora está de regresso, por tempo indeterminado. As reacções perante um país entretanto afundado na fraude, no esquema e no medo são contraditórias; indignar-se, condescender, agir? X (nunca nomeado, logo, talvez alter ego do autor) vai treinando a resiliência a todo o tipo de agressões, a capitulação ou a fuga.»
Filipa Melo escreve no jornal Sol a propósito do livro de Teju Cole, Todos os Dias São Bons Para Roubar
Arranca amanhã, na vila de Óbidos, a primeira edição do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos. O escritor angolano José Eduardo Agualusa é o curador do Folio Autores e, na altura da apresentação do projeto, afirmou que esta será “uma grande festa da literatura, do livro e das ideias, muito focada na língua portuguesa e na lusofonia, em particular no Brasil, mas sem esquecer o resto do mundo.”
Durante os 11 dias de festival passarão por Óbidos cerca de 50 autores nacionais e estrangeiros, entre os quais José Luís Peixoto, que lança também neste mês o seu novo livro, Em Teu Ventre, o brasileiro Reinaldo Moraes, autor de Pornopopeia e de O Cheirinho do Amor, a escritora cubana Karla Suárez (Havana, Ano Zero) e Bruno Vieira Amaral (As Primeiras Coisas).
21 de outubro, 18h30 – 20h00, Rachel Kushner e Karla Suárez, moderação de José Mário Silva;
22 de outubro, 14h30 – 16h00, Patrícia Reis, Tatiana Salem-Levy e Reinaldo Moraes, moderação de Filipa Martins;
25 de outubro, 11h00 – 12h30, Valério Romão, Bruno Vieira Amaral e João Paulo Cuenca, moderação de Filipa Martins;
25 de outubro, 14h30 – José Luís Peixoto e Pedro Rosa Mendes, moderação de Luís Maio.
Os nossos leitores podem ler agora as primeiras páginas do livro Todos os Dias São Bons Para Roubar, de Teju Cole, que chega amanhã às livrarias:
«Uma luminosa reflexão sobre contar histórias, sobre o exílio e o regresso. Um extraordinário romance e uma brilhante meditação sobre a natureza da felicidade e da fé, sobre a corrupção, a desgraça e a pertença.» San Francisco Chronicle
«Seguindo o exemplo de W.G. Sebald, John Berger e Bruce Chatwin, Cole constrói, a partir de fragmentos, uma narrativa e uma série de episódios que ele permite que reverberem.» New York Times Book Review
Um jovem nigeriano que vive em Nova Iorque, regressa a Lagos, capital da Nigéria, numa curta viagem e reencontra a sua cidade de origem familiar e estranha, ao mesmo tempo. Deambula em busca da observação da diversidade e intensidade da vida que nela vive. A América mudou-o de maneiras imprevisíveis. Ele encontrará velhos amigos, uma antiga namorada, demais família, enquanto penetra nas energias fervilhantes da vida em Lagos – criativa, malévola, ambígua – e se reconcilia com a cidade e com a verdade sobre si próprio.
«Tudo começa a partir do momento em que um estudante decide aprender uma nova língua – a língua chinesa –, por “achar que a própria língua não dá conta do que tem para dizer”. Como resultado de uma vida sem uma ponta de felicidade, desempregado e divorciado há seis anos, resta-lhe unicamente uma sensação de insatisfação que o leva a estudar a língua chinesa e a querer embarcar para a China. É no momento em que está na fila para fazer o check-in que encontra a sua professora de chinês e, após algum tempo, acaba por ser detido com a sua professora. Cada um é levado para uma sala diferente, cada um é questionado por um polícia. Sob o olhar do estudante de chinês, Bernardo Carvalho convida em “Reprodução” (Quetzal, 2015) o leitor a reflectir, numa época em que o acesso à informação está à mão de todas as pessoas (apesar do momento de reflexão ser questionado).»
David Pimenta, Deus Me Livro.
«O escritor José Luís Peixoto disse hoje que o seu próximo livro, "Em teu ventre", é uma novela que aborda as aparições em Fátima, em 1917, e é publicado com a chancela da Quetzal, no dia 23 de outubro.
"Abordo um tema que é novo para mim, mas que se relaciona com outros, que tenho aprofundado em diversos livros, que tem a ver com as aparições às três crianças em Fátima, em 1917", disse o escritor.
"Este tema, das aparições de 1917, toca algumas questões que já trabalhei noutros livros, mas que aqui me permitiram aprofundar, nomeadamente, a ruralidade, da qual ainda hoje encontramos resquícios, a religiosidade e a espiritualidade, sob o prisma do catolicismo, que está presente noutros livros meus, e ainda uma certa reflexão sobre Portugal, que se coloca muito a pretexto de um tema como este", acrescentou.»
«Escrito em forma de diário – assim definido pelo autor nas primeiras linhas da narrativa: “uma espécie de egoísmo, uma fraqueza e uma prova de mau gosto” -, “Na Corda Bamba” tem como epicentro a vida de Joseph, um jovem desempregado que sente na pele a frustração de quem desespera com a chamada para a guerra e deambula quotidianamente por uma Chicago expectante com o presente e o futuro próximo.
Pensada na primeira pessoa, esta deambulação confessional e filosófica, compreendida entre 15 de dezembro de 1942 e 9 de abril de 1943, escalpeliza as reflexões de Joseph e demonstra claramente o talento de Bellow que utiliza cada palavra, frase e ideia como uma parte de um todo concepcional, como um peça específica de um puzzle construído e pensado dentro de uma linha de pensamento específico.
O resultado é um intrincado texto filosófico, enleado em agradáveis surpresas em forma de elogio à própria literatura. Por vezes alicerçado em curtos diálogos (em especial com uma entidade apelidado de “Espírito das Alternativas”), “Na Corda Bamba” serve-se dessa “simples“ matemática narrativa para levar o leitor a meditar, a pensar sobre uma sociedade que, apesar de presa no calendário há mais de sete décadas, continua muito actual, cínica e mordaz.»
Carlos Eugénio Augusto, Deus Me Livro
«Talvez Esther é o primeiro romance de Katja Petrowskaja (Kiev, 1970), escritora de língua alemã (a viver em Berlim desde finais dos anos 1990) nascida numa família judia ucraniana. A autora passou grande parte da infância em Kiev, num “bloco de apartamentos novo” de um bairro que nasceu a seguir à Segunda Guerra Mundial “e que parecia não ter passado, só um futuro limpo”, como refere a narradora, que foi, como ela, também “criada na família dos povos irmãos da União Soviética”. O romance, dividido em seis capítulos, é composto de pequenas narrativas (nem sempre alinhadas de maneira cronológica) que aos poucos vão compondo um quadro genealógico quase sempre ligado à perseguição dos judeus ucranianos e polacos (um ramo da família veio de Varsóvia) durante o século XX; uma espécie de “mapa estelar” da estrela de David e da estrela soviética.»
«Acoriano radicado nos EUA, Onésimo é, apesar da distância (ou por causa dela), um atento e arguto observador da vida cultural portuguesa, em geral – e da literária, em particular. Neste volume, volta a oferecer-nos o seu olhar lúcido sobre vários autores e correntes, não sem antes vincar o seu combate “em prol da linguagem clara e distinta”, contra a opacidade de quem faz de cada frase um fosso intransponível para o leitor.»
Expresso
«O título, encontrou-o no livro Dinossauro Excelentíssimo, de José Cardoso Pires. A vontade de fazer descer ao chão os intelectuais com escrita obscura – mania lusitana já apontada por Eça ou Ortega y Gasset, sublinha – é intenção do autor açoriano a viver deste 1972 nos EUA. […] Nestes ensaios reunidos, na sua prosa característica de bom contador de histórias, ele polemiza, ironiza e discorda amigável e suavemente de autores como Camilo, Torga, Saramago, Baudrillard ou Karl Popper.»
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