«Ao iniciar a leitura de “O puto – autópsia dos ventos da liberdade” (Quetzal, 2014), o leitor será tentado a obter alguma informação – nem que seja recorrendo ao sempre sapiente «google» - acerca do “comandante” Paulo, o português nascido em África que relatou episódios da sua preenchida vida para um modesto gravador de cassetes, enchendo vinte e três destas fitas – na altura, o mais avançado que havia. E, a não ser que seja relacionado com o livro em questão, provavelmente não encontrará mais nada.
Será que somos, nós Portugueses, assim tão omissos quanto à nossa história recente? E não será que nos devemos perguntar qual o futuro de um povo que não cuida do seu passado, da sua história, que a compartimenta segundo interesses políticos mas pouco sociais? Vão valendo autores como Ricardo Saavedra, para entendermos uma fase conturbada da nossa história que, ainda assim, nos traz à memória rostos e nomes não tão distantes nem afastados de luzes mediáticas mais recentes.»
Luís Bentes, Deus Me Livro