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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«O conceito deste livro, Ferreira Fernandes foi buscá-lo a Georges Perec (“Je me Souviens”, 1978), que já o tinha colhido do americano Joe Brainard. A ideia é recuperar o passado através de flashes, pequenos fragmentos de prosa acesos por uma invocação (“Lembro-me Que…”) – ao mesmo tempo um trabalho da memória e um “exercício poético”. Recorrendo a este mecanismo narrativo, Ferreira Fernandes não enveredou pelas reminiscências pessoais (como Brainard) nem pelas impalpáveis nostalgias quotidianas (como Perec). O objetivo era outro: “Pretendo contar uma bela data de Portugal, o 25 de Abril de 1974, lembrando pequenos e menos pequenos instantes que imediatamente a antecederam.” Ou seja, episódios ocorridos num período de quase quatro meses, entre 1 de janeiro e o “grande dia”. Dez anos após a primeira edição (Oficina do Livro), “Lembro-me Que” volta em boa hora para nos mostrar como era Portugal em vésperas da grande mudança.»

 

José Mário Silva, Expresso

 

Nota da editora:

 

É com profunda tristeza que emitimos esta nota no dia de hoje. Vasco Graça Moura morreu ao fim desta manhã, em Lisboa. 

 

Sobre ele, diz Francisco José Viegas, diretor editorial da Quetzal Editores: «Pessoalmente, era um homem superiormente inteligente, sensível, dedicado à literatura, inquietado pela literatura. Vasco Graça Moura é um dos nossos grandes poetas europeus, um clássico que ultrapassou a fragilidade e as maldições do tempo – a sua obra, a sua intuição minuciosa e cheia de cultura, de erudição e de leveza, deviam ser motivo suficiente para relermos, também, a beleza terrível da sua Poesia Reunida.

 

Poucos conseguiram, como Vasco Graça Moura, recriar o cânone da nossa grande poesia e comover-nos tão profundamente, entre a ironia e a melancolia (seus instrumentos fundamentais), num equilíbrio de grande autor e de respeito pela tradição dos seus mestres que vêm do renascimento até hoje. O lugar de poeta não esconde, além disso, a sua figura de magnífico tradutor (o de Dante ou Shakespeare), de romancista, de ensaísta culto e exigente, de homem criativo e empenhado pelo seu país. Era um homem raro, com convicções fortes – e um espírito combativo.

 

A Quetzal, que publica a sua poesia e a sua ficção, bem como as inúmeras traduções premiadas que nos deixou, sofre com a perda de um autor sublime. Como o próprio Vasco Graça Moura dizia recentemente, “está a faltar poesia em Portugal”. Infelizmente, deixou-nos um dos nossos grandes poetas.»

 

 

 

 

 

 
  
 
 


«Poeta, ensaísta e político social-democrata Vasco Graça Moura morreu na manhã deste domingo no Hospital da Luz em Lisboa, após uma longa e estóica luta contra o cancro, confirmou o PÚBLICO junto de fonte próxima da família. Era presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. Mesmo na sua fase terminal, a doença não o impediu de desempenhar, quase até aos últimos dia de vida, as suas funções de presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), nem de continuar a escrever e publicar livros e de enviar as suas crónicas semanais para o Diário de Notícias

 

Notícia sobre a morte de Vaco Graça Moura, no Público.

 

Daniel Rocha

«A defesa: regras sagradas o romance não tem. Avalie-se a coerência da fuga e não a obediência ao cânone. Não será a própria história a exigir um romance diferente? O encenador olha para trás e o que vê? Gente com muita vida, demasiado esquecida. Os da sua rua, da sua terra. E se estas personagens sozinhas não dão grandes romances, enchem seguramente bons capítulos. Como um respigador, Laborinho Lúcio resgata figuras ao seu passado, recriando-as na ficção, num interessante diálogo com a memória.»

 

Luís Ricardo Duarte, Time Out

 

«João Bigotte Chorão nunca toma os seus autores por si só: procura-lhes sempre um contexto e uma base genealógica. É nesse sentido que se situa “além da literatura”, título com que reuniu cerca de 30 textos críticos e ensaísticos, entre eles um inédito, alguns apenas lidos em sessões públicas, e outros publicados em revistas especializadas.»

 

Hugo Pinto Santos, Time Out

 

«Magro, às vezes com óculos de aros finos, um cigarro quase sempre presente, feições vincadas conferindo idade a um rosto que podia ser o de um miúdo, Donald Ray Pollock quis para si uma vida nova ao recusar ver-se como o pai na velhice, horas seguidas num sofá em frente ao televisor. A projecção do seu futuro provável incomodou-o. Aos 50 anos, e após 33 a trabalhar como operário numa fábrica de papel, despediu-se. “Talvez fosse a tal crise de meia-idade”, brinca, sem nunca se alongar nas palavras, carregadas do mesmo silêncio que as suas personagens usam nos momentos decisivos – um silêncio que ele encontrou antes da literatura mas que a torna tão eficaz quando, por exemplo, o escritor, qualquer escritor, sabe entrar em casas de gente sem livros e fazer delas a sua matéria.»

 

Isabel Lucas sobre Donald Ray Pollock, autor de Sempre o Diabo, no Ípsilon

 

 

 

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