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Quetzal

Na companhia dos livros. O blog da Quetzal Editores.

«Além de reafirmar as qualidades já apontadas nestas páginas à outra colectânea de Magris publicada na Quetzal – A História Não Acabou – esta nova recolha de textos, publicados (maioritariamente) no Corriere della Sera, faz dilatar a admiração pelo autor: a mera leitura da multitude de obras aqui abordadas é trabalho para toda uma vida em dedicação exclusiva.

 

Em Alfabetos a literatura – o fio condutor – entrelaça-se com a filosofia, as artes, os temas da actualidade e os grandes temas de todos os tempos: nacionalismo, Baudelaire, felicidade, a Odisseia, Kafka, família, Robinson Crusoe, melancolia, a Bíblia, campos de extermínio. Comum a todos os textos é a capacidade de síntese, a clareza de exposição, a erudição sem afectação, a perspicácia que permite unir assuntos aparentemente díspares.»

 

José Carlos Fernandes, Time Out

 

A 15ª edição do maior festival literário do país, que decorre na Póvoa de Varzim, entre 20 e 22 de fevereiro, contará novamente com a presença de autores da Quetzal. Manuel Jorge Marmelo marcará presença na mesa 5 - Cada livro é a antologia corrente da existência – no dia 21, às 22h. Quanto a J. Rentes de Carvalho, um estreante nas Correntes d’Escritas, participará na última mesa do evento, no Sábado, dia 22, às 15h30, com o mote Não são minhas as correntes que escrevo é outro que as escreve em mim. Ao contrário do que sucedia anteriormente, este ano todas as conversas decorrerão na Sala de Congressos do Hotel Vermar.

 

«Nove Histórias é um daqueles livros dos quais não se sai como se entrou. Pode sair-se mais feliz ou mais triste, dependendo da forma como se vive a leitura, mas nunca indiferente. É um daqueles livros de contos que envergonham muitos bons romances. É um daqueles livros que obrigam um leitor que gosta de sublinhar passagens e de guardar citações a ter um lápis sempre à mão. É um daqueles livros a que se regressa depois de termos lido vários livros “apenas” muito bons, em busca do conforto do deslumbramento. E é, acima de tudo, e aí reside o génio, um livro que sabe deslumbrar apenas nos momentos certos. Não é um espectáculo de fogo-de-artifício ininterrupto, é a estrela cadente inesperada que nos faz parar na noite, que nos indica o caminho.»

 

Gonçalo Mira, Ípsilon

 

«A memória de Eduardo Pitta é uma memória de incríveis minúcias, capaz de irritar quem não guarda, dos acontecimentos passados, senão recordações em clave de mais ou menos. [...] É esta minúcia que dá espessura e sabor a tais momentos, mas é também a origem da irritação dos menos dotados desse tipo de memória  —  e que se vingam, como já se viu, acusando o escritor de “snobismo” e outros pecados adjacentes. É possível que o seja, até certo ponto, embora da espécie inocente. Mas, nesse caso, apetece perguntar: “Porquê não perdoar ao Eduardo o que se perdoa, gulosamente, ao Proust?” Eu creio que este tipo de acusações ignora, sobretudo, um facto: na sua altaneira exibição de conhecimento microscópico do Milieu, Eduardo Pitta usa sempre  —  e fá-lo, com singular mestria  —  um fundo de ironia assassina, que só, até certo ponto, dissimula. Certas suas formulações decapitam sem piedade: “O Al Berto absteve-se. Em tratando-se de terceiros, e sobretudo quando não era o centro das atenções, aborrecia-se.”  E era nestes termos aparentemente snobs mas sibilinamente mortíferos que falava da aurora da Democracia: “Nos primeiros anos da revolução, os operários comiam sapateiras, a direita comia filetes de pescada, a esquerda comia bacalhau com batatas a murro e os não-alinhados comiam steak au poivre. As classes altas comiam no Lucas-Carton.  A caricatura vale o que vale, mas foi a Casa da Comida que mudou o paradigma.” [...]»

 

Excerto da crítica de Eugénio Lisboa a Um Rapaz a Arder, publicada no nº 185 da Colóquio/Letras. Ler mais aqui.

 

 

 

 

Excertos da entrevista que Reza Aslan concedeu à revista Sábado. O Zelota - A Vida e o Tempo de Jesus de Nazaré chega às livrarias a 7 de fevereiro.

 

Numa entrevista na Fox News, a jornalista perguntou-lhe repetidamente porque é que escreveu um livro sobre Jesus sendo muçulmano. Ficou surpreendido?

Não. Há uma grande parcialidade antimuçulmana nos Estados Unidos e a Fox News é o primeiro exemplo disso. Transformam o sentimento antimuçulmano em milhões de dólares de lucro. São uma organização noticiosa tendenciosa e preconceituosa contra os muçulmanos e os estrangeiros em geral. Sabia que ia ser atacado. O que não sabia era que a entrevista toda ia ser sobre o meu direito de escrever este livro.

 

Já foi discriminado? Sente reacções agressivas?

Qualquer muçulmano na América tem histórias de discriminação. Eu não sou excepção: ter um escrutínio extra no aeroporto, ter longos olhares de lado no metro. Neste caso, não estou a ser atacado pelos cristãos, estou a ser atacado por grupos de direita. As pessoas que me enviam a mim e à minha família ameaças de morte são fanáticos de direita, ameaçados pela noção de um Jesus revolucionário que combateu os ricos e poderosos, porque muitas destas pessoas, que alegam ser porta-vozes de Jesus, são eles próprios ricos e poderosos.

 

Estuda Jesus há mais de 20 anos. É uma obsessão?

Admito que sim, mas acho que toda a gente a devia ter. Estamos a falar de um camponês pobre e iletrado, da Galileia rural, que começou um movimento em favor dos rejeitados e marginalizados, que foi uma tal ameaça para os poderes políticos e religiosos do seu tempo que foi preso, torturado e executado.

 

Diz que Jesus era um revolucionário, não um pacifista: queria expulsar os romanos e instalar um estado teológico.

Essa é a função do Messias. Se ele se intitulava o Messias, o que queria dizer é que era o descendente do rei David, que tinha vindo para estabelecer o trono de David na terra. É tão simples quanto isso. Ou nunca pensou que era o Messias; ou pensou e a sua tarefa era remover a ocupação romana. É isso que é suposto o Messias fazer.

Quais são as diferenças que encontrou entre o Jesus divino e o Jesus humano?

A maior parte dos cristãos pensa que Jesus não tinha ambições políticas ou terrenas, que foi um pacifista de boas acções. O que não percebem é que no tempo de Jesus religião e política eram a mesma coisa.

Então não era um pacifista?

Não há prova de que Jesus defendesse abertamente a violência, mas este é o homem que disse que não vinha para trazer paz à terra mas a espada; que ordenou aos seus homens que se armassem antes de se esconderem das autoridades; que foi crucificado pelo crime de traição contra o Estado. A ideia de que era apenas um pregador tranquilo não se ajusta à história daquele tempo. A visão de Jesus que muitos cristãos têm é uma que Roma teria ignorado.

 

Entrevista completa à Sábado aqui.

 

Daniel Galera em entrevista ao jornal i:

 

O que escreveu na introdução de "Barba Ensopada de Sangue" [sobre a relação de alguém que ainda não sabemos quem é com o tio que morreu de forma misteriosa], por exemplo, faz parte da sua vida pessoal? Ou não coloca muito do que é seu nas suas histórias?

Depende da história. O "Barba Ensopada de Sangue" é um romance fictício, a história é inventada. Mas claro que há aspectos da minha vida pessoal e da minha visão de mundo que servem de matéria prima para certos episódios e ambientes. A paixão por natação, por exemplo, é algo que compartilho com meu personagem. Não há ficção sem motivação subjectiva.

 

Por exemplo, a forma como aborda relações familiares parece muito pessoal e vivida. É porque o é de facto ou é uma questão de "arte do autor"?

Eu não chamaria de arte, mas é um trabalho em cima de um hábito de percepção. Vivo atento às minhas próprias experiências e às pessoas a meu redor, tentando me colocar no lugar delas. A força emocional das relações humanas costuma estar nos detalhes, um silêncio, uma fala dissimulada, um gesto. É preciso guardar um catálogo imenso dessas percepções que nos afectam, para depois poder recombiná-las na ficção, a serviço dos personagens e da história.

 

Entrevista completa aqui.

«Contrariamente a autores da sua geração dos dois lados do Atlântico, Galera não pretende emular os modernistas (velhos de cem anos), nem usa a bengala do realismo mágico, chão que deu uvas nos anos 1950 e 1960. Limita-se a fazer um bom uso da voz própria. Não se pode exigir mais a um escritor. Extensas notas de rodapé fazem vénia a David Foster Wallace, um dos autores que Galera traduziu.»

 

Eduardo Pitta, Sábado

 

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