Joana Emídio Marques, do Diário de Notícias, falou com vários admiradores portugueses da obra de Borges. Aqui ficam, com o devido agradecimento, as respetivas declarações:
"O que sempre me fascinou nas obras de Borges foi a forma como elas conseguiam mostrar que a literatura é um mundo paralelo perfeito. Nenhum outro escritor nos possibilita tão vertiginosas desciadas ao absurdo. Não sendo colecionador, a única coisa que coleciono são as primeiras edições de livros do Borges, o que demonstra bem a minha estima por ele."
António Mega Ferreira, escritor
"Descobri Borges ainda muito jovem, até porque ele foi uma leitura obrigatória para quase todos os escritores da minha geração. A minha formação em Filosofia também ajudou a potenciar o meu interesse pela sua literatura metaficcional. Lembro que o primeiro livro que li foi 'Ruínas Circulares'. Estranhamente, hoje acho esse conto muito datado."
Luísa Costa Gomes, ficcionista e dramaturga
"É o meu escritor. Sou um borgiano e, como tal, gosto de todas as obras dele. Ficção, poesia, ensaio, são facetas de uma imensa inteligência e sentido estético apurado. Todo o imaginário dele nasce da própria ideia de literatura. Ideia dentro da qual ele vivia. Considero que 'Ficções' é o mais perfeito dos livros. É um escritor que através do complexo consegue chegar ao essencial."
José Mário Silva, jornalista e poeta
"Borges foi leitura assídua de muitos da minha geração [...], como sequência natural dos surrealistas. De que o Borges, é claro, não é, mas de cujos deslocamentos conceptuais partilha. Borges aproxima-se também da tradição cabalista na forma como trabalha a partir das ressonâncias do alfabeto."
Helder Macedo, ensaísta e poeta