Na lista de maiores escritores do século XX, há vários nomes que são sempre citados: Proust, Joyce, Kafka. Jorge Luis Borges é um deles. A sua ascensão ao panteão literário foi lenta, mas com a entrega do prémio Formentor, em 1961, fixou-se aí definitivamente. Borges tornou-se uma lenda, um arquétipo do escritor erudito e de infinitos conhecimentos enciclopédicos, que inspirou Umberto Eco na criação de Jorge de Burgos, o monge cego de O Nome da Rosa. Bibliotecas, tigres, espelhos e labirintos: não é possível pensar em qualquer destes substantivos sem que o nome de Borges nos ocorra de imediato. São elementos de um universo único que gerou uma multidão de admiradores e imitadores, embora nenhum tivesse atingido o nível do mestre. Tal como os escritores referidos no início, Jorge Luis Borges não recebeu o prémio Nobel.
Poeta, contista e ensaísta, Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires, em 1899, e morreu em Genebra, em 1986.
A Quetzal dá início, a 3 de fevereiro, à publicação das obras de Jorge Luis Borges com a saída em simultâneo de dois livros: História da Eternidade e O Livro de Areia. O primeiro, que reúne ensaios, revela o Borges polímato, o escritor erudito. O segundo é um exemplo de mestria da narrativa curta, em que Borges revisita temas desenvolvidos anteriormente, como a ideia de um livro infinito.