"(...) a procuradoria-geral da república decidiu assumir a coordenação do processo. A mulher nomeada para essa tarefa foi Natália Anjo, uma magistrada que gozava de grande respeitabilidade pública, sendo-lhe reconhecidos rigor jurídico e abnegação. (...) Era uma mulher de média estatura, redonda, de um redondo que não era gordura pregada ou gelatinosa, mas antes carne rija, cheia. Alguns consideravam-na mesmo voluptuosa e sensual (algo que a própria, no seu íntimo, reconhecia como tendo um fundo de verdade, sobretudo desde que fora ao Egipto e a sua figura atraíra muito mais indígenas do que a da sua colega, uma magistrada morena e seca). Para o seu retrato surpreendentemente agradável, contribuía ainda uma pele macia e fresca, e a sua maquilhagem, de um cuidado exótico: o lápis carregado realçando-lhe uns olhos pestanudos, grandes, e os lábios pequenos e abonecados."