Hoje, o dia em que chega às livrarias A Viúva Grávida, de Martin Amis, o Ípsilon publica um texto de Helena Vasconcelos sobre o autor e o livro. Ali se diz que «Amis recria a arqueologia do corpo na sua trajectória de envelhecimento, sem esquecer as dores da alma, resultantes da inexorável passagem do tempo. Tudo isto poderia redundar numa narrativa sentimental e patética mas tratando-se de Martin Amis, mestre da farsa e desarvergonhado bufão, toda a história de A Viúva Grávida é contada como uma delirante comédia de costumes, na qual a melancolia e saudosismo são derrotados pela veemente afirmação da carnalidade, da lúxuria e da ironia, numa promiscuidade triunfantemente escatológica e com um sabor "kafkiano".» Ou ainda: «Há alguns mistérios mistérios em A Viúva Grávida: a voz de alguém que conhece bem Keith e que se interpõe na narrativa e certos apontamentos rápidos e aparentemente desconectados que marcam os temas centrais: a crescente solidão e incomunicabilidade e as ironias do amor e da intimidade que invadem, com crueldade, o quotidiano.»