O vento empurrou a neve contra o que tinha sido uma janela e estava agora tapado com metade da porta de um arquivo de documentos e folhas de jornal que não conseguiam vedar completamente o ar frio. Por isso, a temperatura na casa da Alice nunca subia muito acima dos zero graus.
Neste momento, neste preciso momento, aperta ela um pouco mais o papel desbotado na frincha da janela. As letras impressas não passam de uma vaga ilusão que pouco ou nada significa. Treme, sem dar conta, Alice. Passou a ser um estado natural ter um corpo que não consegue permanecer quieto. Aperta um pouco mais o fecho éclair do casaco de malha azul e puxa mais para baixo as luvas sem dedos.