Ismael, um velho professor reformado, e a sua mulher, Otilia, vivem um quotidiano modesto e pacato numa povoação do interior chamada San Jose.
Em cima de uma escada e enquanto apanha laranjas, Ismael gosta de espiar o quintal do vizinho – a razão é a esbelta Geraldina, a mulher do brasileiro, que toma banhos de sol nua, enquanto este tange a guitarra e os miúdos – Eusebito, o filho, e Gracielita, a criada adolescente – brincam em redor.
Em baixo, Otilia dá de comer aos peixes do tanque, e aos três gatos, e espera Ismael com dois copos de limonada fresca e a reprimenda habitual.
Este ambiente idílico da aldeia será em breve ensombrado pelo desaparecimento de alguns dos seus habitantes. E ao voltar de um passeio, Ismael descobrirá que os vizinhos foram raptados e tenta, em vão, encontrar a mulher.
As razias e os ataques dos exércitos – de militares, de paramilitares, de narcotraficantes, de guerrilheiros? Não se sabe – atingem uma violência extrema, até que os sobreviventes decidem fugir. Mas Ismael prefere ficar na sua aldeia destruída – uma opção que lhe reserva um destino obscuro e imprevisível.
Os Exércitos, de Evelio Rosero | tradução de Margarida Amado Acosta
Série américas
Nas livrarias a 21 de Janeiro.