«A ironia é ingrediente que não falta. O humor é uma ferramenta importante?
O humor ajuda a suportar e a relativizar, a pôr um travão aos excessos de entusiasmo e a idolatrias. Aprecio a mentalidade dos países nórdicos, onde é mínimo o apreço pelos heróis e são sempre de proporções modestas as estátuas que a um ou outro se levantam.
Qual acha que vai ser a reacção dos portugueses a esta história?
As pessoas até aos 40, 50 anos vão ficar tristes ou assustadas com a revelação. Depois, os mais velhos, dos 60 anos para cima, vão-se dividir em duas categorias: aqueles que, contra toda a evidência, continuarão a acreditar que houve uma revolução muito bem feita e muito feliz, e os outros, que se vão dar conta de que nem tudo o que reluz é ouro.»
Entrevista de J. Rentes de Carvalho ao i. Portugal, a Flor e a Foice chega às livrarias a 21 de março.