Eu devia este texto aos nossos leitores, aos nossos colaboradores – e, naturalmente, à Margarida Ferra, que trabalhou connosco, ininterruptamente, desde 2008. Na Quetzal assumiu desde o princípio a tarefa de divulgar os nossos livros – e mais tarde, quando era já a responsável pela comunicação global do Grupo BertrandCírculo (no qual se integra a Quetzal), nós sabíamos que a Quetzal estava no seu coração, tal como acredito que ainda esteja neste momento.
Porém, a Margarida Ferra não era apenas a responsável pela nossa imagem e pela divulgação dos nossos livros (só isso, uma tarefa de primeira): era uma magnífica leitora, uma companheira dedicada e amável, uma intuição perfeita e, além disso, uma poeta de excepção (deixem-me manter o p nesta exceção), autora de dois livros belíssimos, Curso Intensivo de Jardinagem e Sorte de Principiante, ambos publicados na editora & Etc pela mão de Vítor Silva Tavares (só isso já é uma distinção).
Todos nós, creio eu – falo em nome de autores, editores, livreiros, todos os que trabalhamos os livros da Quetzal –, tínhamos pela Margarida um enorme afecto e ela merecia-o: em todos os momentos, sabíamos que «o voo do Quetzal» estava em boas mãos. A sua dedicação foi permanente. Nunca o esqueceremos.
A Margarida foi trabalhar agora para a Casa Fernando Pessoa, onde será responsável pela área de comunicação & imprensa. Como conheço aquela Casa (vim de lá para a Quetzal em 2008, justamente), sei que a Margarida fará o seu melhor, como sempre, e que a Casa a receberá bem, como ela merece.
Em termos pessoais, a saída da Margarida foi uma perda. De uma amiga de quem deixei de estar próximo todos os dias; de uma pessoa que entendia o mapa de voo da Quetzal sem ser necessário «dizer tudo»; de uma leitora atenta; de um olhar especial sobre os nossos livros. E uma perda é uma perda é uma perda é uma perda, e não há nada a fazer. Obrigado, Margarida.
Francisco José Viegas